Obter a marquinha perfeita é o desejo de muitas mulheres que começar a adotar uma estratégia perigosa: trocar a praia pela laje e o biquíni, traje clássico das areias nacionais, pela fita isolante.

A prática, que se tornou um serviço profissionalizado, popularizou e o tema repercutiu tanto que o ‘negócio’ da carioca Erika Romero, de 34 anos, foi divulgado pelo periódico argentino Clarín.

“A especialidade dela consiste em colocar nas partes do corpo que normalmente ficam cobertas com o biquíni algumas tiras de uma espécie de fita isolante que bloqueia o sol, até mesmo os raios ultravioletas”, diz o texto. “Isso faz com que o bronzeado fique mais visível e cria um contraste entre a parte bronzeada e a parte que está coberta.”

Segundo o dermatologista Leonardo Spagnol, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o chamado ‘bronzeamento natural’ traz riscos à saúde. “A queimadura solar pode causar envelhecimento cutâneo precoce e causar câncer de pele no futuro”, avisa. “Além disso, uma jovem que sofre de queimadura de segundo grau com aparecimento de bolhas tem um aumento de 50% no risco de desenvolver melanoma,  considerado o tipo mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase", informou.

Ele acredita que o uso da fita isolante também pode trazer consequências. Apesar de bloquear a passagem dos raios, a fita faz uma marca menor do que ela faria na praia, com biquíni.  A área, nesse caso, tem pele “virgem”  e, portanto, mais suscetível a queimaduras  e a manchas.

O profissional comenta sobre o caso de uma jovem de 20 anos, que morreu após ficar 4 horas sob o sol durante uma sessão de bronzeamento natural em uma clínica, na Asa Sul, em Brasília. Ela foi diagnosticada com insolação, e apesar de ter recebido soro na veia e remédios para aliviar as dores, morreu após três paradas cardíacas.

“O submundo da estética é muito perigoso. Como esses estabelecimentos não são fiscalizados pela vigilância sanitária, não é possível controlar as condições de exposição ao sol e muito menos verificar a certificação dos produtos utilizados”, conclui o dermatologista.