Ao menos 36 combatentes da organização terrorista Estado Islâmico (EI) foram mortos na explosão do artefato conhecido como "mãe de todas as bombas", lançado pelos EUA no Afeganistão nesta quinta-feira (13), segundo o ministro da Defesa do país asiático.

A GBU-43/B -conhecida como "mãe de todas as bombas" em um trocadilho com a sigla "moab" (que pode representar a expressão "mother of all bombs" ou o acrônimo em inglês para munição maciça para explosão no ar)- foi lançada de um avião MC-130 na província de Nangarhar, numa área onde estariam túneis usados pelo EI.

As mortes não foram verificadas de maneira independente, mas o porta-voz do ministro da Defesa do Afeganistão, Dawal Waziri, disse que nenhum civil foi morto no ataque que mirou uma rede de túneis e cavernas usada pela milícia.

Segundo Waziri, uma base do EI foi destruída no ataque. A agência de notícia Reuters diz que uma vila localizada a cerca de cinco quilômetros da explosão foi afetada pela bomba.

O ex-presidente do Afeganistão Hamid Karzai condenou o uso da arma. "Isso não é uma guerra contra o terrorismo, mas o mais desumano e brutal uso indevido do nosso país como um campo de teste de novas e perigosas armas", ele escreveu no Twitter.

OPERAÇÃO MILITAR

Esta foi a primeiro vez que o armamento foi usado em combate. O artefato, projetado pela Força Aérea dos EUA em 2002, pesa mais de dez toneladas, com 8.164 quilos de explosivos.

Na Casa Branca, Trump elogiou a operação, que classificou como "uma missão muito exitosa". "Temos os melhores militares do mundo, e eles voltaram a fazer o seu trabalho, como é de costume", afirmou o presidente.

O general John Nicholson, chefe das forças americanas no Afeganistão, disse que a bomba é "munição adequada para reduzir os obstáculos e manter o impulso da ofensiva contra as forças do EI".

O EI, que domina vastas áreas do território da Síria e do Iraque, começou mais recentemente a se expandir no Afeganistão, onde conseguiu atrair seguidores do grupo radical islâmico Taleban na região, assim como islamistas de origem uzbeque.

Militares da Otan (aliança militar ocidental) estimam que no início de 2016 o EI treinava cerca de 3.000 combatentes no Afeganistão, embora esse número atualmente deva ter no país de 600 a 800 homens armados.