A ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye foi indiciada oficialmente nesta segunda (17) por suborno no caso de corrupção que provocou seu impeachment. A informação foi divulgada pela Justiça do país.

"Indiciamos formalmente Park, com múltiplas acusações que incluem abuso de poder, coação, suborno e divulgação de segredos de Estado", informaram promotores sul-coreanos em comunicado.

Park é acusada de pressionar empresas a fazer doações a fundações de sua melhor amiga, Choi Soon-sil, em troca de favores do governo. Choi teria extorquido conglomerados como Samsung e LG, além de interferir em decisões do governo sem possuir um cargo oficial.

Park diz que os conglomerados doavam dinheiro voluntariamente e nega conhecer qualquer atividade ilegal da amiga ou de assessores. A ex-presidente pediu desculpas diversas vezes, mas diz não ter cometido qualquer crime.

A investigação concluiu, porém, que a ex-presidente obteve quase US$ 70 milhões dos conglomerados para fundações da amiga em troca de favores políticos.

A Samsung, por exemplo, é acusada de pagar propina em troca da aprovação pelo governo da fusão de duas empresas afiliadas, em 2015.

Caso seja considerada culpada por corrupção, a ex-presidente pode ser condenada à prisão perpétua.

Ela ainda responde por permitir que Choi interferisse em assuntos do Estado e por negligência no naufrágio da balsa Sewol, que deixou 304 mortos em 2014, dos quais 250 estudantes.

Desde dezembro, a Coreia do Sul é comandada pelo premiê, Hwang Kyo-ahn, que fica até as novas eleições, em 9 de maio. Os favoritos são o opositor Moon Jae-in, 2º colocado em 2012, e o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon.