Diego Zanchetta
Agencia EstadoMais de 3 mil sem-teto que bloqueavam desde terça-feira o Viaduto Jacareí, uma das principais e mais movimentadas vias do centro, comemoraram o resultado final da votação. Se a proposta da gestão Fernando Haddad (PT) for aprovada em segunda e definitiva votação, o que deve ocorrer até o final do mês, a construção de moradias populares da Cohab e do Minha Casa Minha Vida estarão liberadas nas áreas de preservação ambiental.
A regra do Plano Diretor ratifica um decreto de 2010, do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que flexibilizou as regras para a construção de prédios para famílias carentes nas áreas de preservação. O projeto também aumenta em 20% o número de terrenos na cidade destinados às chamadas "habitações de interesse social", destinadas às famílias que ganham entre 0 e 6 salários mínimos - pelo novo projeto, também haverá isenções para quem recebe entre 6 e 12 salários mínimos.
A maior parte dos manifestantes que acamparam em frente ao Legislativo é da ocupação conhecida como Faixa de Gaza, ao lado da Represa Billings, na zona sul, uma área de proteção permanente. Mas Haddad adiantou aos sem-teto que a aprovação do Plano Diretor vai viabilizar a construção de moradias populares para quem está na invasão.
Ontem, após falta de acordo entre os líderes para a votação da proposta, os sem-teto começaram a lançar pedras contra o prédio da Câmara e entraram em confronto com a PM pelas ruas do centro. Banheiros químicos foram incendiados, três pessoas ficaram feridas e barricadas de incêndio foram montadas do Viaduto Jacareí até a Praça da Sé. Hoje pela manhã havia um rastro de destruição pelas ruas da região central. Para entrar em vigor a primeira votação, os vereadores agora precisam votar as emendas dos parlamentares propostas ao Plano.
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