A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recebeu nesta segunda-feira (15) o novo presidente francês, Emmanuel Macron, e prometeu reforçar os laços com o governo de Paris.

"Nós concordamos que trabalharemos juntos de maneira muito próxima. Estou consciente que esse é um momento muito crítico da União Europeia e tomaremos as decisões corretas", disse Merkel na coletiva de imprensa após o encontro bilateral.

Macron, que fez sua primeira visita internacional como chefe de Estado da França, reforçou seu compromisso com o bloco europeu, mas alertou que é preciso "desburocratizar a Europa" porque ele "não esquece dos votos de raiva que recebeu".

A fala do francês é uma referência a sua vitória na disputa contra Marine Le Pen, líder da extrema-direita do país e defensora da saída da França da União Europeia. Diversas pesquisas mostraram que muitos franceses que votaram em Macron queriam, na verdade, impedir que Le Pen assumisse a Presidência.

Segundo Merkel, essa questão do voto pela permanência da UE ressalta que "as eleições francesas mostraram que o tesouro é a Europa e que é importante trabalhar para esse tesouro".

"Este é um momento particularmente sensível da história e precisamos de uma Europa forte", acrescentou a chanceler.

 No entanto, para Macron, essa postura pró-União Europeia precisa de "investimentos para o futuro da Europa" e os planos atuais não estão aplicando "dinheiro novo" nisso. Neste momento, os dois líderes afirmaram que os tratados europeus "podem ser mudados se for necessário".

"A modificação dos tratados era um tabu francês. Para mim, não é", disse Macron ao se referir aos governos anteriores de seu país e para ressaltar a importância das reformas.

A postura de Macron durante toda a sua campanha eleitoral foi sempre de defender os valores europeus, mas sem deixar de cobrar por mudanças. Merkel, por sua vez, não escondeu a felicidade de ver o novo presidente francês ser eleito, vendo nele um forte aliado no momento delicado que o bloco vive, especialmente, com a saída do Reino Unido da UE, o chamado "Brexit".