Responsável pelas investigações do atentado contra um advogado na tarde de sexta-feira (15), em Goiânia, o titular da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), Valdemir Pereira da Silva espera que o entregador se apresente ainda neste sábado (16). O delegado informou que um retrato falado está sendo confeccionado com as informações repassadas pelas recepcionistas que receberam a caixa e encaminharam para a vítima.

As imagens das câmeras de segurança do local do fato e dos estabelecimentos que ficam na região já foram solicitadas. Silva entende que, caso o entregador não se apresente, pode ser considerado participante do crime. “Estamos realizando diligências, ouvindo testemunhas e esperamos que esse motoboy se apresente em breve. Não acreditamos que ele tenha participação, já que chegou e entregou de cara limpa.”

O titular da Deic pede, ainda, que qualquer pessoa que tenha alguma informação procure a Deic. “Qualquer informação é importante. O denunciante pode fazer seu relato em sigilo ou, se preferir, ligar no telefone da Polícia Civil 197 ou 3201-1140. Os depoimentos das outras testemunhas deverão ser agendados para a próxima semana. O delegado espera ouvir todos os funcionários do escritório.

 

Saúde

O estado de saúde do advogado atingido pela bomba tem o quadro estável e permanece internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa da unidade, o paciente está orientado, consciente, respirando de forma espontânea e internado em um leito de enfermaria. Ele só deverá ser ouvido assim que o estado de saúde for considerado bom.

O local do crime, um escritório de advocacia na Rua 15 do Setor Marista, teve parte da recepção destruída pelo artefato explosivo. Apesar da amplitude da explosão, apenas Walmir Cunha ficou ferido em uma das mãos. Na manhã desse sábado, equipes de limpeza e manutenção retiravam tudo que ficou danificado no local. Os sócios da vítima não falaram com a imprensa essa manhã. 

 

Atividade profissional

A sócia do advogado Walmir Cunha no escritório KRB Advogados e Consultores, Daniella Kafuri, diz acreditar que o atentado com explosivos que decepou quatro dedos de seu colega tem relação com sua atividade profissional. “Não dá nem pra acreditar”, disse em um áudio, gravado via WhatsApp. 

Daniela lembra que Walmir atua em questões agrárias e tem sido muito incisivo em relação a licenças. A advogada afirma ainda que estava em Pirenópolis e que está a caminho de Goiânia para acompanhar de perto os acontecimentos.

 

Encomenda bomba

A armadilha enviada ao escritório KRB Advogados & Consultores estava dentro de uma caixa de vinhos. O advogado Walmir Cunha, que acabou tendo quatro dedos da mão esquerda decepados pelo explosivo, percebeu o que acontecia quando abriu a caixa e escutou o barulho do artefato. “Mandaram uma bomba para mim”, teria dito, segundo testemunhas. 

No entanto, não houve tempo para escapar. O segurança de um restaurante vizinho foi o primeiro a socorrer o advogado. Ele correu até o escritório, tomado pela fumaça, e viu Walmir aparecer em meio à névoa, com as mãos muito machucadas. A recepção do escritório ficou totalmente destruída após a explosão. O homem enrolou as mãos do advogado em uma camisa e chamou a ambulância, que encaminhou a vítima para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).