Após ser informado que o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) foi derrubado ao tentar acessar o Plenário da Câmara em um tumulto entre manifestantes e seguranças, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que não permitiria uma "batalha campal" na Casa. "Não vou submeter a Câmara dos Deputados à pressão de violência de quem quer que seja", disse.

Ao ser aplaudido por manifestantes que, de posse de senha, conseguiram chegar às galerias do Plenário, Cunha condenou a manifestação. "Não quero aplausos nem vaias", afirmou. O deputado Heráclito Fortes já está no Plenário e conta repetidas vezes o ocorrido com ele aos seus colegas.

A Câmara discute neste momento a urgência na apreciação do texto que prevê a correção da caderneta de poupança aos depósitos do FGTS. Porém, a redução a maioridade penal, que deverá ser votada ainda nesta terça, 30, domina os debates.

Até o momento, a galeria tem um maior número de manifestantes a favor da redução da maioridade penal. O deputado petista, Paulo Teixeira (SP), afirmou nesta terça, 30, que é preciso "dar isonomia". "Metade tem que ser de uma posição e metade de outra. Pedimos a vossa excelência para deixar a juventude entrar", afirmou.

Cunha tem respondido aos deputados que defendem a entrada dos estudantes contra redução que "quem tem senha vai entrar".

Segundo o diretor de comunicação da UNE, o estudante Matheus Weber, de 20 anos, Cunha está tentando com essa "manobra" deixar o plenário com a maioria de manifestantes a favor da redução. "Ele deu 200 senhas, no plenário cabe 300 e somos apenas 60. Não tem porque ele deixar a gente de fora", afirmou.