O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reforçou ontem que as forças policiais brasileiras deverão ter uma postura firme durante a Copa do Mundo e que não aceitará nenhuma forma de abuso nas manifestações. A declaração foi dada na cerimônia de inauguração do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICR) do Ceará, em Brasília.

Cardozo lembrou que, pela primeira vez na história, todas as forças de segurança - Polícias Federal e estaduais, Exército e Ministério Público - vão atuar conjuntamente. "Se alguém tem dúvida de que a Copa do Mundo deixará para os brasileiros algum resultado, basta ver este centro de comando e controle. Na verdade, nunca houve integração entre as polícias, a Copa do Mundo está oferecendo a condição para isso."

Segundo o ministro, o plano de segurança para o Mundial permanece o mesmo, mas o governo federal poderá reforçar o efetivo no Estados. "Ele (o plano) segue intocado em todos os pilares. O que oferecemos foi uma complementação aos governadores por meio das Forças Armadas. A decisão caberá a eles, os Estados são autônomos para decidir essa questão."

Com relação a série de manifestações indígenas em Brasília ao longo da semana, Cardozo foi enfático: "O ministério tem uma postura clara, queremos dialogar e negociar. O problema é que alguns radicais não querem isso", afirmou. "Sempre tem alguém que quer incendiar, apagar a fogueira com querosene. Preferem ir à Justiça, esperar 30 ou 40 anos pela decisão sobre a propriedade de terras", criticou o ministro.

Manifestação. O Distrito Federal teve um novo protesto ontem. Com gritos ofensivos contra a Fifa, um grupo de cerca de 500 pessoas se reuniu no Museu da República às 18h e marchou rumo ao Estádio Mané Garrincha.

A manifestação provocou confusão no trânsito da capital federal mas, ao contrário do ocorrido na terça-feira, o ato foi pacífico e não houve registro de feridos. A Polícia Militar isolou três das seis faixas do Eixo Monumental e acompanhou o grupo por todo o trajeto. O trânsito voltou ao normal cerca de uma hora após o início do protesto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.