A morte de um bebê de sete meses por desnutrição coloca em discussão a restrição de alimentos na alimentação de crianças. Os pais do pequeno 'Lucas', como foi identificado, colocarem ele em uma dieta livre de glúten, apesar de nenhum diagnóstico ou recomendação médica. O caso aconteceu na Bélgica.

Segundo informações do Daily Mail, a criança pesava apenas nove quilos e estava extremamente desidratada. O peso é considerado a metade da média normal para um bebê de sete meses. O menino era criado sob uma dieta livre de glúten, que consistia em leite de quinoa, leite de arroz, leite de aveia e outros produtos lácteos. 

Ao notar que o filho “ofegava”, os pais, Peter S. e Sandrina V., levaram-no a um homeopata. O especialista, por sua vez, imediatamente pediu que o bebê fosse levado a um hospital.

Com extrema desnutrição, a criança morreu assim que chegou ao hospital. A autópsia mostrou que o estômago dele estava quase que completamente vazio e bastante desidratado. 

De acordo com a MayoClinic, dietas sem glúten tendem a ser pobres em ferro, cálcio, fibra tiamina, riboflavina, niacina e folato, todos nutrientes necessários para uma dieta equilibrada.

Em entrevista ao Daily Mail, a pediatra Elisabeth De Greef, do Hospital Universitário de Bruxelas, disse que alimentar uma criança sem alimentos com glúten e sem recomendação médica é extremamente perigoso. “Esses tipos de leite, que você pode comprar em um supermercado, não contêm as proteínas necessárias, minerais e vitaminas”, explicou. “Eles não são feitos para bebês, portanto, são inadequados”.

Embora tenha morrido em junho de 2014, o julgamento dos pais continua até os dias de hoje. De acordo com o promotor público da cidade natal da família na Bélgica, a alergia a glúten de Lucas nunca foi confirmada por um médico, tampouco sua dieta extrema.

“Os pais determinaram por meio de diagnóstico próprio que o filho era intolerante ao glúten e tinha alergia à lactose”, explicou o defensor público. “Nenhum médico tinha um dossiê sobre Lucas e os serviços de proteção infantil não sabiam sobre”. Peter e Sandrina defendem as decisões tomadas em relação ao filho, afirmando que ele nunca pareceu doente ou anormal, e seu peso sempre subia e descia.