Uma aeronave do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal que seguia para a região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, que é atingida pelo maior incêndio da sua história, fez uma aterrissagem forçada no Aeródromo de Alto Paraíso (GO), no noroeste goiano, por volta das 11h desta sábado (28) e chegou a rodar e ser jogado para fora da pista. O Corpo de Bombeiros de Goiás informou que cinco militares estavam no avião, entre eles, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do DF, Hamilton Santos Esteves Júnior, e que ninguém se feriu. 

O grupo tinha saído de Brasília em direção a Alto Paraíso para se encontrar com os governadores de Goiás e do Distrito Federal, respectivamente, Marconi Perillo (PSBD) e Rodrigo Sobral Rollemberg (PSB). As autoridades sobrevoaram a região da Chapada dos Veadeiros para acompanhar o combate ao fogo na região.

Os governadores decolaram no fim da manhã deste sábado em um helicóptero para avaliar os estragos causados pelo incêndio que devasta a Chapada dos Veadeiros há 11 dias e que está tendo repercussão mundial.

Choveu na tarde de hoje (27) na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Mas, segundo o chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Fernando Tatagiba, a chuva não atingiu a área que pega fogo.

Este é o maior incêndio de toda a história do Parque Nacional. Mais de 60 mil hectares já foram atingidos pelo fogo, o que equivale a mais de 25% da extensão total da reserva.

Devido à importância de sua biodiversidade, a unidade de conservação foi ampliada em junho, de 65 mil para 240 mil hectares. O parque é refúgio de espécies ameaçadas de extinção ou endêmicas (só existem no local), como o cervo-do-pantanal, lobo-guará, pato-mergulhão e a onça-pintada, maior mamífero carnívoro da América do Sul.

Diante de informações de que o incêndio na Chapada dos Veadeiros é criminoso, o Ministério Público Federal (MPF) em Luziânia (GO) cobrou esclarecimentos da Polícia Federal, do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e do município de Alto Paraíso de Goiás. Eles terão o prazo de cinco dias para encaminhar informações ao MPF relacionadas ao incêndio.

Como um dos argumentos, o MPF destaca que o local foi palco de intensa disputa judicial, especialmente no processo de ampliação do Parque Nacional, que passou de 65 mil para 240 mil hectares. Uma das hipóteses que circula nas cidades é de que o incêndio seja mantido por pessoas contrárias à ampliação.