A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, venceu as eleições de ontem (8), mas perdeu a maioria absoluta que tinha na Câmara dos Comuns. Pressionada, a premier garantiu hoje (9) que não renunciará ao cargo apesar do desfavorecimento no Parlamento.

O Partido Consevador de May conseguiu 318 deputados nas eleições gerais, número abaixo dos 326 necessários para manter a maioria parlamentar.

A premier, que assumiu o governo em julho de 2016 para liderar o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), já está sofrendo pressões para renunciar. "May queria garantir a estabilidade, mas, em vez disso, trouxe caos ao país", disse o parlamentar Manfred Weber, líder do Partido Popular.

As eleições de ontem foram convocadas de maneira antecipada pela própria May em abril, justamente para fortalecer seu governo e garantir o apoio dos britânicos na saída da UE. Naquela época, as pesquisas eleitorais apontavam uma fácil vitória dos conservadores, mas o cenário mudou nos últimos meses.

Sem a maioria na Câmara dos Comuns, May é forçada a tentar formar um governo de coalizão, o que pode enfraquecê-la nas negociações com a União Europeia. No entanto, a premier afirmou ainda nesta sexta que manterá no governo os principais ministros do seu gabinete.

De acordo com comunicado divulgado pelo Downing Street, Boris Johnson continuará na pasta de Relações Exteriores do país e Amber Rudd ainda estará no cargo de ministra do Interior.

Além disso, outros políticos também serão mantidos na nova administração, como o ministro do Tesouro, Philip Hammond; o de Defesa, Michael Fallon; e o responsável pelas negociações da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), David Davids. 

Reação

Líderes europeus tentaram manter a imparcialidade diante da crise política britânica. O porta-voz do governo da Alemanha, Ulrike Demmer, comentou que "os britânicos notificaram em 29 de março de 2017 sua vontade de sair da UE e, desde então, vale o prazo de dois anos. Isso não mudará em nada", garantiu.