“As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas por WhatsApp, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal”. Este é o trecho da última postagem feita por Ariadne Wojcik, de 25 anos, na manhã desta quarta-feira (9), em seu Facebook pessoal.

O corpo da jovem recém-formada na UnB em Direito, que estava desaparecida desde que o post foi ao ar, foi encontrado no final desta quarta em um mirante da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Ela havia voltado para o seu Estado de origem após se formar em Brasília e trabalhava no Tribunal de Justiça de Cuiabá.

A jovem utilizou sua página na rede social para reclamar de um assédio que sofreu de um professor e pedir justiça. Na publicação, ela conta que pediu ao discente, que tinha um escritório, a oportunidade de um estágio. “Eu achava aquele professor o máximo, extremamente inteligente, detalhista, perspicaz, minucioso, brilhante. Como poderia ser ruim?”, expôs.

No entanto, depois de algum tempo, Ariadne disse que as coisas começaram a ficar estranhas. “Vários presentes injustificados, mensagens por WhatsApp totalmente fora do contexto do trabalho (P.ex: "sou seu fã", ou "você é demais") e fora de hora, muitas, muitas, muitas, perguntas de cunho pessoal”, contou.  Foi então que o professor, até então casado, começou a passar por um divórcio e a perseguir a aluna.

“A minha vida era completamente monitorada, meu carro, meu celular, meu computador, minha casa! Isso por precaução, para se assegurar que a imagem impecável dele não fosse maculada, eu era um risco muito grande à integridade da imagem dele, enquanto isso às favas minha integridade emocional e psicológica”, disse em outro trecho.

Ariadne então decidiu sair do estágio e voltar para Cuiabá, tentando começar uma nova vida. “Eu achava que aqui, em Cuiabá, no emprego novo, na vida nova, eu estaria a salvo da perseguição dele, mas ele nunca desiste, nunca. Eu estou exausta e não tenho mais forças para tentar me desvencilhar das artimanhas dessa mente doentiamente perversa e egocêntrica. Cheguei no fim da linha, não vejo mais saída”, afirmou. Por fim, a jovem fez um desabafo: “Essa vida eu já não posso mais suportar, que Deus me perdoe e me entenda, mas ele já sabia, ele sempre sabe”, completou.

Confira o relato completo abaixo: