Proprietários do celular Samsung Galaxy Note 7 devem parar de usar os aparelhos e desligá-los devido ao perigo de que as baterias entrem em combustão, disse a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA, nesta sexta-feira (9).

A Comissão disse em comunicado que estava trabalhando com a Samsung para anunciar um recall oficial dos dispositivos assim que possível. A agência afirmou que está trabalhando rapidamente para determinar se a substituição do Galaxy Note 7 é uma solução aceitável para a Samsung ou suas operadoras de telefonia oferecerem aos consumidores.

A Samsung Electronics anunciou na sexta-feira (2) que suspenderia a venda do smartphone Galaxy Note 7 em dez mercados após casos em que baterias do modelo explodiram. Três companhias aéreas australianas decidiram proibir os passageiros de usar ou recarregar o smartphone durante os voos.

A empresa informou que substituirá os aparelhos de quem comprou o smartphone, que não chegou a ser lançado oficialmente no Brasil.

"Recebemos várias informações sobre a explosão da bateria do Note 7, que foi lançado oficialmente em 19 de agosto", afirmou à imprensa o diretor da divisão de celulares inteligentes da Samsung, Koh Dong-Jin.

"Foi confirmado que era um problema da bateria", disse.

Ele afirmou a jornalistas que lamenta o recall e que a substituição vai afetar mercados que incluem a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas não a China, onde o aparelho foi equipado com uma bateria diferente.

A Samsung já vendeu 1 milhão de aparelhos Galaxy Note 7 na Coreia do Sul e nos Estados Unidos. No mundo, o número chega a 2,5 milhões.

Revés

A situação representa um grande revés para a empresa sul-coreana, que havia anunciado em julho uma alta do lucro superior ao previsto no segundo trimestre, graças às boas vendas dos modelos Galaxy S7 e S7 Edge.

A divisão de celulares da Samsung foi responsável por cerca de 54% do lucro operacional da companhia no primeiro semestre, de 14,8 trilhões de wons. Nos últimos anos, a empresa enfrenta a concorrência da Apple nos modelos de alto custo e de fabricantes chineses, como a Huawei, nos produtos de médio e baixo custo.

"Estou mais preocupado sobre a potencial redução nas vendas do que com os custos do recall", disse o analista Jay Yoo, da Korea Investment & Securities. "O recall provavelmente será um golpe para o resultado [da empresa]."