O atentado contra o advogado Walmir Cunha teve relação com a atividade profissional dele, como temia a seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) desde o dia do crime, em 15 de julho deste ano. A bomba enviada ao escritório de Cunha foi uma represália ao fato dele ter ganho uma ação na área de Direito de Família, na qual uma das filhas do policial federal Valdinho Rodrigues Chaveiro perdeu a guarda de uma criança para o ex-marido. Revoltado com o resultado da ação, o policial federal aposentado teria planejado o atentado. 

Apesar de ser especialista no Direito Agrário e Empresarial, a ação em questão, que motivou o atentado, foi na área do Direito de Família. Após a tramitação com uma complexa ação judicial, o advogado ganhou a causa a favor do cliente. Por meio de nota, ele disse que, "lamentavelmente, a parte derrotada, ao não aceitar a legítima decisão judicial, cometeu um crime hediondo para promover uma retaliação contra minha vida e minha atividade profissional, que foi exercida rigorosamente dentro da lei e segundo todos os preceitos éticos que regem a advocacia no Brasil". 
 
O caso é investigado pelo delegado Valdemir Pereira da Silva, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) desde o dia do crime, ocorrido no escritório de Cunha, o KBR Advogados e Consultores, na Rua 15, no Setor Marista. O advogado, ao abrir uma caixa de vinho, deixada no escritório por um moto-boy, notou que tratava-se de uma bomba e o jogou em um canto do hall de entrada do escritório, que ficou completamente destruiído. Parte da mão explodiu com o artefato. O advogado ainda sofreu queimaduras e teve uma lesão em um dos pés. Ele já foi submetido a várias cirurgias e evita falar publicamente sobre o assunto. A assessoria dele deve se pronunciar sobre o fato no início da tarde.

Walmir agradeceu a competência e o empenho da Polícia Civil de Goiás, afirmando que não mediu esforços para esclarecer tão bárbaro crime; e também o apoio prestado pela Polícia Federal, durante as investigações. Ainda segundo a nota, ele qualifica o atentado contra advogados, juízes, promotores e outros membros integrantes do sistema judicial brasileiro é um atentado contra a dignidade da Justiça.