Salah Abdeslam, acusado de ter participado dos atentados do 13 de novembro em Paris, foi transferido para a França da prisão de Beveren, no norte da Bélgica, informou nesta quarta-feira a procuradoria federal.

"No caso relativo aos atentados de Paris de 13 de novembro de 2015, Salah Abdeslam foi entregue esta manhã às autoridades francesas em execução do mandato de detenção europeu apresentado em 19 de março de 2016 pela França", afirmou o Ministério Público da Bélgica em comunicado.

A procuradoria informou que não apresentará nenhuma informação adicional sobre a hora e as circunstâncias nas quais ocorreu a mudança de Abdeslam para a França, depois que o mesmo foi acusado no dia 19 de março por suposta participação nos atentados de Paris, um dia após sua detenção em Bruxelas.

A Justiça belga autorizou no dia 31 de março a entrega de Abdeslam à França. O suspeito é acusado ter participado da logística dos atentados de Paris nos quais 130 pessoas morreram, em cumprimento da euro-mandato de Paris.

Abdeslam, quem foi detido no dia 18 de março no distrito de Molenbeek, em Bruxelas, após ter permanecido foragido durante quatro meses, tinha aceitado ser transferido para a França, apesar de ter rejeitado esta possibilidade em um príncipio.

No dia seguinte a sua detenção, Abdeslam foi acusado de participação em assassinatos terroristas e em atividades de um grupo terrorista, e rejeitou ser entregue à França.

Dois dias depois do duplo atentado de 22 de março em Bruxelas, mudou de opinião e disse a seu advogado principal, Sven Mary, que queria ser transferido "o mais rápido possível" à França.

A defesa reiterou então que Abdeslam está disposto a colaborar com as autoridades francesas ao não resistir a sua extradição.

Na Bélgica, Abdeslam falou com os investigadores sobre os atentados de Paris, mas manteve o silêncio sobre os ataques em Bruxelas.

Em depoimento do suposto terrorista à polícia belga vazado pela emissora francesa "BFMTV", o único suposto autor dos ataques de Paris ainda vivo tentou se desvincular da organização desses ataques, e os atribuiu a seu irmão Ibrahim e a Abdelhamid Abaaoud.

Abdeslam disse que renunciou de forma voluntária a se explodir próximo do Stade de France como estava previsto em princípio.