Com a vitória de Big Jato, o diretor pernambucano Cláudio Assis torna-se tricampeão do Festival de Brasília. Ele já havia vencido em 2002 com Amarelo Manga e, em 2006, com Baixio das Bestas. É o maior pé quente dos festivais. Seu outro longa, Febre do Rato, venceu em 2011 o Festival de Paulínia.

Tal cartaz não o blindou contra vaias na cerimônia de premiação, realizada na última terça-feira. Assis já havia sido apupado por parte da plateia do Cine Brasília na apresentação do filme. Voltou a ser hostilizado ao ganhar o festival. O motivo foi um famoso debate do filme de Anna Muylaert, Que Horas Ela Volta?, perturbado tanto por Cláudio quanto por outro diretor, Lírio Ferreira, com intervenções despropositadas e de cunho machista.

O fato, ocorrido no Recife, respingou em Brasília e enfureceu as feministas locais. No palco, Cláudio bateu boca com essa parte do público. “Aceito vaias, mas elas têm de ser inteligentes e não fascistas”, gritou ele, um tanto confuso. No fim, Matheus Nachtergaele, ator do filme e premiado pelo festival, salvou a noite mais uma vez, acalmando os ânimos.

Quando essa pequena tempestade passou, Big Jato pôde ser aclamado pelo público. Com bons filmes, bons debates e seminários interessantes, Brasília fez um festival à altura de suas tradições.