Alemão radicado no Brasil, Paulo Mansur faz teatro há 20 anos e há dez entrou para o mundo da comédia com a Cia Setebelos. A alegria do povo brasileiro, uma das coisas que ele mais gosta no País, pode ter contribuído para essa decisão. “Já viajei boa parte do mundo e não tem como, não existe povo como a gente.”

Para ele, o mais interessante no humor é que ele é direto e as risadas do público são o termômetro de avaliação da apresentação. “Se você faz uma peça de drama, você não percebe que as pessoas não estão gostando até você ver a crítica. Quando você faz humor, você não tem escolha: se você manda uma piada e as pessoas não riram, a piada não é boa.”

Mansur, que se apresenta hoje, a partir das 20 horas, no projeto Terça da Comédia, do Mumbuca Bar e Restaurante, é fã do tocantinense Paulo Vieira. Para ele, Vieira merece um Oscar por ser “o cara mais legal do mundo”. A noite também terá Bruno Barros e Júnior Foppa.

 

O que você mais gosta no Brasil?

Definitivamente, o que eu mais gosto no Brasil é a alegria do povo. Já viajei boa parte do mundo e não tem como, não existe povo como a gente. Somos muito hospitaleiros, amigáveis, calorosos, quentes...

 

Como você entrou para o mundo da comédia?

Eu comecei a fazer comédia com o Setebelos, há dez anos atrás. A gente tinha uma oficina de teatro, chamada Tudo Amador, e essa oficina tinha um espaço que a cada dois meses os alunos se reuniam para mostrar coisas que eles fizeram sem a ajuda dos professores. E eu fiz uma esquete com os meninos e as pessoas amaram. Depois fizemos outros trabalhos e decidimos montar o grupo.

 

Como era a reação do público quando você começou a trabalhar com humor? E como tem sido a recepção agora?

O humor é direto. Se você faz uma peça de drama, você não percebe que as pessoas não estão gostando até você ver a crítica. Quando você faz humor, você não tem escolha: se você manda uma piada e as pessoas não rirem é porque a piada não é boa. Não tem essa. E no stand up isso é mais evidente ainda, porque, como é você e um microfone, o ritmo de piadas é muito maior do que em uma peça com história.

Que mensagem você gosta de transmitir por meio do seu trabalho?

A piada tem que ser boa, ela tem que fazer refletir, pensar... isso é muito saudável. O que eu gosto de transmitir é que o riso ele tem que ser e deve ser inteligente.

 

Qual sua avaliação sobre o humor no Brasil?

O humor no Brasil sempre foi muito presente. Ele está numa fase e transição. As pessoas ainda não sabem direito como elas se sentem com piada e todo momento de transição, na minha opinião, tem que ser muito bem avaliado e cuidado, tanto por quem faz a piada como por quem a ouve. Eu acho que quem faz a piada tem que avaliar: cara, isso vale a pena ser dito? Isso é engraçado mesmo? Você pode falar se for engraçado, se não for engraçado não é piada. Quem escuta tem que parar e pensar: isso foi realmente uma ofensa ou foi só uma piada? Tem que encontrar esse meio termo.

 

O que você pode adiantar sobre a apresentação desta noite?

Eu sou muito fã do trabalho dos meninos de Palmas. Eu já apresentei com o Bruno (BBB). Eu sou muito fã do Paulo Vieira, ele é um gênio da comédia, é um cara que, na minha opinião, merece absolutamente tudo, todos os prêmios, todas as revelações e filme, ele merece até um Oscar, de cara mais legal do mundo, eu sou muito fã do Paulo.

Faz muito tempo que eu quero ir a Palmas e estou muito feliz que vou (a entrevista foi feita no último sábado). Vocês podem ter certeza que vocês vão ver no palco um cara que está querendo fazer vocês rirem. Fazer vocês se divertirem, aproveitarem a noite e valorizarem tanto a cultura brasileira do stand up quanto à cultura local, porque esses meninos são bons e fazem um bom trabalho.

Serviço

O quê: Terça na Comédia com Paulo Mansur,Bruno BBB e Júnior Fopa

Quando: hoje, às 20 horas

Onde: Mumbuca Bar e Restaurante (402 Sul)

Informações: 3225-0291