Um dos pontos centrais do conflito que movimenta 3% são as injustiças e as desigualdades das quais se originam os conflitos entre os personagens. A série não deixa de conter um olhar crítico para a ideia de “meritocracia”, defendida dentro de uma visão criticada por, às vezes, ignorar que nem todos têm oportunidades iguais ao longo da vida.

Com oito episódios nesta primeira temporada, a produção apresenta um Brasil do futuro dividido entre o “Continente” miserável, onde não há recursos básicos, e o “Maralto”, área desenvolvida e restrita ao seleto grupo. O mote da trama é processo seletivo pelo qual jovens, aos 20 anos, precisam passar para entrar para esta elite no futuro.

“Selecionando os 3% melhores, formamos uma sociedade com 100% de merecedores”, diz o lema dos donos do poder na série. De acordo com o vice-presidente de séries internacionais da Netflix, Erik Barmack, o intuito era ser representativo sobre o que o Brasil é hoje. “Temos a mesma coisa com Orange Is The New Black. Há essa audiência que quer ver diferentes pontos de vista e diferentes tipos de atores”, compara.

Como chamariz, os produtores não têm poupado esforços em comparar 3% com Black Mirror, que conquistou o público brasileiro. O objetivo é principalmente atingir o público jovem, hoje o maior segmento entre os consumidores de séries. O custo da produção brasileira, conforme o divulgado, foi de cerca de R$ 10 milhões.