“Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos", com direção de Georgette Fadel, foi criada a partir do testemunho do rio Araguaia e da história de 12 mulheres que lutaram e morreram em um dos mais importantes e violentos conflitos armados da ditadura civil militar brasileira, a Guerrilha do Araguaia.

Ocorrida entre os estados do Pará e Tocantins, na floresta amazônica, entre abril de 1972 e janeiro de 1975, a Guerrilha do Araguaia reuniu cerca de 70 pessoas, sendo 17 mulheres, que saíram de diversas cidades do país para participar do movimento que pretendia derrubar a ditadura e tomar o poder cercando a cidade pelo campo.

Por meio de um diálogo entre a ficção e o documentário, “Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos” é um poema cênico criado a partir da história dessas mulheres, de sua luta e das memórias do que elas viveram e deixaram naquela região. A peça também busca iluminar esse importante episódio da história do país ainda tão nebuloso. “Certas coisas devem ser feitas: manter a chama acesa, relembrar e iluminar a história das lutas e dos lutadores, com todas as contradições que cada luta carrega”, destaca a diretora Georgette Fadel.

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"Mergulhar na guerrilha do Araguaia significa reconhecer o histórico das militâncias brasileiras, das lutas que constituem uma resistência à questões históricas de nosso país. Mas não se trata de uma luta de outro tempo, e sim de uma luta escancaradamente legível no Brasil atual, não só pelo fato de que suas testemunhas, camponeses do Sul do Pará, estão vivos e carregam essa história em suas costas e corações ou porque as famílias dos guerrilheiros do Araguaia ainda lutam por seus desaparecidos, mas também pelo fato de que a mesma violência intransigente vivida ali ainda existe neste país de frágil democracia", explica.

E continua,  "fazemos, portanto, uma homenagem à revolução guardada em nosso peito, à deslumbrante e indestrutível força dos humanos que amam esse planeta e seus filhos sem distinção. Não há ingenuidade sobre a imensa complexidade dos acontecimentos ligados à ditadura militar no Brasil e à guerrilha do Araguaia. E muito menos ignoramos a atualidade dessa complexidade. Mas sobre todas as ambivalências possíveis paira a imagem irrevogável de uma mulher sozinha perdida na mata, sem alimento e vestida de trapos de sutiã cercada de homens armados".

A peça será apresentada em três cidades do estado, totalizando quatro apresentações neste mês de agosto. Confira as datas abaixo:

PALMAS – 02 e 03 de Agosto

Theatro Fernanda Montenegro

Endereço: Área Verde 302 Sul, Av. Joaquim Teotônio Segurado, s/n - Plano Diretor Sul

Ingresso: R$ 20,00 inteira

Horário: 20h

ARAGUAINA - 06 de Agosto

Espaço Cultural  ArtPalco

Rua Sadoc Correia, 561

Ingresso: Gratuito

Horário: 20h30

XAMBIOA - 08 de Agosto

Anfiteatro

Alameda Thiago Dias  - Centro

Ingresso: Gratuito

Horário: 20h