Na noite do último dia 11 de novembro, após disputa das Eliminatórias da Copa de 2018, a seleção argentina retornou a Buenos Aires a bordo da mesma aeronave da empresa LaMia que levava a equipe do Chapecoense que caiu na Colômbia.
De acordo com dados levantados pelo jornal Folha de S.Paulo, na viagem da seleção de Lionel Messi, o tanque de combustível não foi reabastecido, chegando ao destino final quase vazio. O voo teve duração de 4 horas e 4 minutos, apenas 18 minutos a menos do que o indicado como capacidade máxima do avião Avro RJ85.

As regras aeronáuticas argentinas e brasileiras, determinam que a aeronave deve ter combustível suficiente para ir até a o destino final, alterar o local de pouso para um aeroporto secundário e ainda sobrar 45 minutos.

Naquele dia, a viagem entre Belo Horizonte e Buenos Aires teve duração de 4 horas e 4 minutos, se fosse acrescentado os 45 minutos de combustível reserva, a viagem ultrapassaria a autonomia do avião mesmo com o tanque cheio. Portanto, a condição daquele voo estava fora das normas dos dois países.

Autoridades aeronáuticas ainda não divulgaram detalhes das informações apresentadas pela LaMia.

O que se sabe é que em ao menos duas ocasiões, a empresa boliviana havia voado além de sua autonomia. Segundo especialistas, questões como vento e peso interferem no consumo de combustível da aeronave.

Orçamentos

A Associação do Futebol Argentino (AFA) teria contratado o fretamento do voo sem saber qual era a empresa e a aeronave que prestaria o serviço.

A assessoria de imprensa da AFA disse à Folha, que o procedimento de escolha foi igual ao de sempre e que além dos serviços de condições de voo, foram analisadas as disponibilidades de horários das empresas que faziam fretamento. O chefe de comunicação da AFA, Francisco Nabais ainda afirmou que havia outras empresas com cotações mais baratas, mas viu que a empresa já trabalhava na América do Sul, inclusive transportando outras seleções e acreditou que era uma empresa confiável.