A Nike apresentou na terça-feira (7) um modelo de hijab esportivo e de alta performance para atletas muçulmanas.

O hijab é o mais comum entre os véus islâmicos usados principalmente por mulheres para atender determinação do Alcorão. É menos restritivo, por exemplo, que o niqab e a burca.

Chamado "Nike Pro Hijab", o item deve chegar ao mercado em 2018 e é feito de uma malha de cor preta e opaca e em material que facilita a passagem de ar e a manutenção da temperatura.

A novidade dá seguimento a linhas de produtos mais inclusivas da marca, uma semana após uma nova coleção direcionada a mulheres plus-size, e semanas depois de um vídeo direcionado a consumidores muçulmanos.

Na peça, cinco atletas do Oriente Médio treinam e uma voz pergunta: "o que eles dirão sobre você?". A campanha acabou atraindo críticas justamente pela falta de oferta de produtos pela Nike às mulheres retratadas no vídeo.

Em nota, a Nike afirmou que o produto vem sendo desenvolvido há anos na sede da empresa, em Beaverton, Oregon, nos EUA, onde atletas descreveram dificuldades e demandas ligadas ao uso da veste tradicional.

Uma das atletas consultadas foi Amna Al Haddad, levantadora de peso dos Emirados Árabes Unidos. Segundo ela, uma das dificuldades era que o hijab frequentemente se movia durante as competições, dificultando sua concentração.

"Esse movimento permeou a consciência internacional a partir de 2012, quando uma corredora usando hijab despontou em Londres", continua a nota da empresa, citando Sarah Attar, atleta saudita dos 800 m nos Jogos Olímpicos de Londres.

A novidade teria sido útil para a dupla egípcia formada por Doaa Elghobashy e Nada Meawad, que protagonizaram imagens históricas em confronto com uma dupla alemã na Olimpíada do Rio, em 2016 -as europeias de biquíni, e as egípcias, em vestes que cobriam todo o corpo, segundo as regras islâmicas, incluindo o hijab.