Coronel da reserva da Polícia Militar do Pará e presidente da Federação Paraense de Futebol há 17 anos, Antonio Carlos Nunes foi eleito nesta quarta (16) para a vice-presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele obteve 44 votos da assembleia-geral da entidade. Três dirigentes votaram contra o paraense, outros três em branco e cinco abriram mão do voto. Nunes vai substituir José Maria Marin.

A eleição do cartola paraense foi a opção encontrada por Marco Polo Del Nero para evitar a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, 74, em caso de renúncia.

Peixoto é o opositor de Del Nero e era o primeiro na linha sucessória.

Pelo estatuto da entidade, o vice mais velho ocupa a presidência em caso de renúncia.

No dia 3, Del Nero se licenciou do comando da CBF após ser acusado de fazer parte de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de competições no Brasil e no exterior.

"Sinto-me honrado em ter a confiança dessa casa. Farei o possível para contribuir com humildade e experiência neste momento. Farei do diálogo a maior ferramente neste processo. Saberei ouvir e refletir antes de qualquer decisão", disse coronel Nunes.

Os presidentes das 27 federações estaduais e representantes dos 40 clubes das Séries A e B têm direito a voto.

A eleição da CBF foi contestada na Justiça por Peixoto e chamada de "golpe" pelo senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI do Futebol.

Na semana passada, presidentes de federações do Nordeste pediram também o cancelamento do pleito.

"Não votei. Fui contra o processo de convocação feito às pressas", disse o presidente da federação da Bahia, Ednaldo Rodrigues. Além do cartola baiano e de Peixoto, os dirigentes de Alagoas, do CRB e do Bahia se abstiveram.

Na sexta (11), a Justiça do Rio havia cancelado a eleição. No final da tarde de terça (15), porém, a CBF conseguiu cassar a liminar.