Jean-Claude Juncker foi nomeado presidente da Comissão Europeia nesta sexta-feira, em uma escolha que, pela primeira vez, não ocorreu de forma unânime. Juncker recebeu 26 votos a favor e dois contra - do Reino Unido e da Hungria.

Após semanas de campanha contra Juncker, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, encontrou somente um aliado entre os outros 27 Estados membros da União Europeia - o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, cujas políticas nacionalistas o tornaram alvo de críticas da UE no passado.

"Existem momentos nos quais é muito importante que você se atenha aos seus princípios e convicções, mesmo se você estiver em clara desvantagem, em vez de aceitar algo que você acredita ser profundamente errado", disse Cameron antes da votação, que ocorreu durante uma reunião de líderes da UE em Bruxelas. "Hoje é um desses dias."

Cameron havia alertado que a nomeação de Juncker alienaria ainda mais os cidadãos britânicos e afetaria o resultado do referendo sobre o relacionamento do Reino Unido com o bloco. Juncker passou toda a sua vida trabalhando para "aumentar o poder de Bruxelas e reduzir o poder dos países", afirmou o premiê.

Aos 59 anos, Juncker faz parte da política europeia há quase três décadas e deixou o cargo de primeiro-ministro de Luxemburgo no ano passado. Ele ficou mais conhecido durante a crise financeira, quando, como presidente do Eurogrupo, liderou os ministros de Finanças da zona do euro pelas negociações sobre resgates para países como Grécia, Portugal e Irlanda. Fonte: Dow Jones Newswires.