Os trabalhadores dos Correios no Tocantins aderiram nesta quarta-feira, 27, a greve nacional da categoria. “Agora também estamos em greve, dos 36 sindicatos, conosco já são 35 em greve. O movimento é por tempo indeterminado”, informou o presidente do Sindicato dos Funcionários dos Correios no Estado do Tocantins, José Aparecido Rufino. Até o momento, os serviços de distribuição foram os mais afetados.

Segundo Rufino, a empresa apresentou uma proposta que não atende as demandas da categoria. “Ela propôs um aumento de 3% a partir de janeiro, mas nosso acordo coletivo tem data de julho. Queremos a reposição imediatamente”, relatou. “Temos o menor salário de todas as empresas e órgãos relacionados com o governo federal. Nosso piso é de 1,3 mil. E ainda querem que esperemos até o próximo ano?”, questionou o presidente. 

Conforme o presidente, em Palmas, já a partir desta data os serviços de entrega serão afetados pelo movimento. Algumas agências na Capital, Araguaína e Gurupi e algumas cidades do interior já sinalizaram que irão fechar as portas. Somente a agência de Riachinho, a 508 km de Palmas, não abriu neste primeiro dia de adesão à greve.

A previsão do sindicato é de que nesta quinta-feira, 28, outras agências também deixem de abrir, a exemplo de Peixe e Novo Alegre. 

Nesta terça-feira, 26, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os sindicatos garantam ao menos 80% do efetivo trabalhando. A decisão é com base em um pedido da empresa protocolado após o início da greve em outros Estados.

Questionado sobre a manutenção de serviços mínimos exigidos pela Justiça, o presidente do sindicato local informou que a decisão não afeta a federação do Tocantins. "Os Correios não são considerados serviços essenciais. A decisão não vale para nós, mas se formos incluídos na decisão cumpriremos", afirmou Rufino.

Demandas

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a categoria tentava negociar um reajuste salarial de 8%. Após mais de 40 dias desde a apresentação para a proposta, a empresa apenas tentou excluir cláusulas para o acordo coletivo de trabalho. 

Na pauta nacional ainda, os funcionários reclamam também do fechamento de agências, o que dificulta os serviços postais e bancários, ameaças de demissão, corte em investimentos, suspensão de férias, entre outras questões. A entidade também demanda novos concursos para a reposição de funcionários que se aposentaram.

Questionada a Superintendência dos Correios no Tocantins respondeu que a paralisação parcial, iniciada nesta quarta-feira no Tocantins, não afeta os serviços de atendimento dos Correios. As agências estão abertas e todos os serviços estão disponíveis. Segundo a superintendência, o movimento está concentrado na área de distribuição — levantamento parcial, realizado na manhã de hoje, mostra que 93,5% do efetivo total dos Correios no Tocantins estão presentes e trabalhando. A empresa lembrou a decisão do TST  e informou que já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. (Com informações do Estadão Conteúdo)

 *Atualizado às 19h20