Sem surpresas com a pauta do dia, o mercado futuro de juros dedicou a quinta-feira, 21, a promover ajustes de posições. Tanto o resultado do IPCA-15 de dezembro como o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central vieram dentro do esperado e apenas reforçaram as estimativas quanto à inflação e à política monetária do BC. Ao final do dia, as taxas curtas avançaram levemente, enquanto as mais longas recuaram, possivelmente refletindo um alongamento de posições, segundo relataram profissionais de renda fixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 6,91%, de 6,89% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2020, em 8,17%, de 8,18% no ajuste anterior. Na ponta mais longa, a taxa do DI para janeiro de 2021 caiu de 9,24% para 9,18% (mínima) e a do DI para janeiro de 2023, de 10,24% para 10,15% (mínima).

O único momento de sobressalto do mercado foi pontual e esteve relacionado ao aumento do temor de um possível rebaixamento do rating brasileiro, a partir da notícia de que a agência Standard & Poor's (S&P) comunicou ao Ministério da Fazenda que anunciará decisão sobre rating na próxima semana. Mas o ministro Henrique Meirelles afirmou que o tema "rating" não foi tratado nas conversas com as agências com as quais conversou na quarta-feira, 20, o que ajudou a dar impulso à Bolsa e conter a alta do dólar, com reflexos limitados nos juros.

Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, minimizaram os riscos de um movimento de maior nervosismo, até porque um downgrade já estaria em parte precificado na curva de juros. "Por mais que o ministro da Fazenda tente evitar um rebaixamento, não será nenhuma surpresa se ele vier, uma vez que a reforma da Previdência não foi votada. Além disso, não somos mais 'grau de investimento', o que significa que novos rebaixamentos não terão o mesmo impacto", afirmou um profissional de renda fixa.

As duas principais divulgações do dia ocorreram pela manhã e praticamente encerram a agenda de indicadores de 2017. Para a grande maioria dos analistas, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) reforçou a expectativa de que o BC poderá diminuir o ritmo de cortes da taxa Selic, passando de 0,50 para 0,25 ponto porcentual. Quanto ao IPCA-15 de dezembro, a taxa ficou em 0,35%, ante 0,32% de novembro. O porcentual de inflação ficou exatamente como indicava a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast.