Os estudos do governo para uma reforma da Previdência foram citados pelo novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, nesta terça-feira (22), na cerimônia em que recebeu o cargo do ministro Nelson Barbosa (Fazenda).

Simão afirmou que novas medidas legislativas serão necessárias, além daquelas já enviadas ao Congresso, para buscar o equilíbrio das contas públicas.

"Em especial, para buscar o equilíbrio da Previdência Social. É preciso discutir os planos de benefícios, em especial as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição", afirmou.

"Precisamos discutir alternativas para retardar a entrada na inatividade. Isso pode se dar por estabelecimento de limite de idade ou por uma conjunção entre idade e tempo de contribuição."

Barbosa já havia tratado do tema na segunda-feira, dentro da estratégia do governo de usar essa reforma para tentar reduzir a reação negativa do mercado ao novo ministro da Fazenda.

O ministro do Planejamento disse ainda esperar contar com o apoio do Congresso para aprovar essa e outras medidas fiscais que já foram enviadas, como a aprovação da CPMF.

MOMENTO CRÍTICO

Simão dispensou as expressões usadas normalmente pelo governo para classificar a crise atual e, ao invés de falar em "transição" ou "travessia", disse que "a economia brasileira passa por um momento crítico, com forte desaceleração atividade".

"Já estivemos em situação semelhante e temos plena condição de reverter esse quadro", afirmou.

Seguindo a orientação dada ontem pela presidente Dilma na cerimônia de posse de Nelson Barbosa, afirmou que o ministério tem instrumentos para garantir a retomada do crescimento econômico e que irá trabalhar também para conter o aumento da dívida pública.

Sobre a relação entre os ministérios da Fazenda e do Planejamento, que mantiveram histórico de atritos nas gestões Joaquim Levy e Nelson Barbosa, afirmou que a equipe econômica continuará trabalhando em conjunto, como um time, para garantir que esses objetivos sejam alcançados.

O ministro do Planejamento foi questionado por jornalistas ao final da cerimônia sobre a decisão do governo de pagar neste ano toda ou parte da dívida das pedaladas fiscais com bancos públicos e com o FGTS.

"Nós próximos dias tomaremos a decisão. Eu defendo que devemos limpar essa agenda. O que for possível pagar neste ano, devemos pagar."

Ao transmitir o cargo, o ministro Nelson Barbosa listou alguns projetos tocados durante sua administração no Planejamento, como a reforma administrativa (extinção de ministérios e cargos comissionados), que ainda está em andamento, e a segunda fase do PIL (Programa de Infraestrutura e Logística), que está com projetos licitados, em estudo ou em consulta pública.