O Tocantins tinha 81 mil jovens tocantinenses entre 15 e 29 anos de idade que não estavam estudando nem inseridos no mercado de trabalho em 2022, apontam dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na quarta-feira, 6.

De acordo com a pesquisa, o número correspondia a 19,5% da população estimada deste grupo etário. Na comparação com 2021, no qual 102 mil jovens (26,6%) estavam nesta condição, a redução foi de 20,5%.

A pesquisa também apontou que 53,3% dos trabalhadores do Tocantins estavam em ocupações informais em 2022. Para as pessoas pretas ou pardas (55,6%) essa proporção estava acima da média. Na comparação com o ano de 2021 (52,5%), a taxa de informalidade do Estado aumentou.

Segundo o estudo, a população ocupada de cor ou raça branca (R$3.579) ganhava em 2022, em média, 75% mais do que as de cor ou raça preta ou parda (R$ 2.040). Os homens (R$2.581) recebiam 27% mais que as mulheres (R$ 2.031).

O rendimento médio das mulheres brancas (R$2.735) superava o dos homens pretos ou pardos (R$2.164).

As informações integram a Síntese de Indicadores Sociais (SIS). A publicação tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022, produzida pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, João Hallak avalia por meio da assessoria que esses resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, “dado que esses diferenciais, salvo pequenas oscilações, foram encontrados em todos os anos de 2012 a 2022”.

Jovens que só estavam ocupados, só estudavam ou estudavam e estavam ocupados

Os percentuais em relação ao número de jovens que só estavam ocupados, só estudavam ou estudavam e estavam ocupados no período de referência, ficaram em 40,8%, 27,2% e 12,6%, respectivamente conforme o estudo.

Em 2022, a taxa de desocupação da população tocantinense com 14 anos ou mais de idade era de 7,6%. De acordo com a pesquisa, ao analisar a série histórica, esse é o terceiro menor percentual dos últimos 10 anos, 2014 (6,6%) e 2013 (7,1%) registraram as menores taxas. O ano de 2021 apresentou o maior índice (14,2%).

Conforme o estudo, seguindo a tendência nacional, de 2021 para 2022, o percentual de tocantinenses ocupados com vínculo empregatício recuou de 39,7% para 38,3%. 

Por outro lado, no período, a participação dos trabalhadores sem carteira de trabalho assinada e de trabalhadores por conta própria subiu de 52,9% para 56,6%. Dessa forma, a diferença na participação entre essas duas categorias de ocupação chegou a 18,3 pontos percentuais.

Ainda de acordo com o IBGE, 53,3% dos trabalhadores do Tocantins estavam em ocupações informais em 2022.  Para as pessoas pretas ou pardas (55,6%) essa proporção estava acima da média. Na comparação com o ano de 2021 (52,5%), a taxa de informalidade do estado aumentou.

Educação

A Síntese de Indicadores Sociais mostra que o percentual de pessoas de 25 anos ou mais sem instrução no Tocantins (9,1%) diminuiu desde 2016. No entanto, em 2022, continuou sendo o segundo maior entre os estados da região Norte, o 10º no ranking nacional e está acima da média Brasil (6,0 %).

O percentual da população nessa faixa etária com nível superior completo também aumentou nos últimos anos; passando de 12,2% em 2016, para 15% em 2018 e chegando a 19,5% em 2022.

De acordo com a pesquisa, este é o terceiro melhor resultado da região Norte e o 10º do Brasil. A média nacional registrou percentual de 19,2%.

O Estado também apresentou resultado positivo na taxa de frequência escolar de estudantes de 15 a 17 anos de idade. Com percentual de 95%, o Tocantins registrou a maior taxa. Esse é um indicador que também vem melhorando ao longo dos anos, pois foi de 84,2% em 2016 e 90,5% em 2019.

A pesquisa

A Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2023 tem como objetivo sistematizar e apresentar um conjunto de informações relacionadas à realidade social do país, a partir de temas estruturais de grande relevância para a construção de um quadro abrangente sobre as condições de vida da população brasileira.

Segundo o IBGE, esta edição traz indicadores sobre estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos; condições de moradia e educação.

Os recortes por grupos populacionais destacam desigualdades de rendimentos, gênero, cor ou raça, grupos de idade, situação de domicílio e arranjo domiciliar, que mostra a evolução dos indicadores em séries históricas, com detalhamentos por grandes regiões, unidades da federação e, em alguns indicadores, municípios das capitais.