A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) decretou a intervenção no deficitário fundo de pensão dos funcionários dos Correios por um prazo de 180 dias, de acordo com portaria publicada nesta quarta-feira, 4, no Diário Oficial da União.

O Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis), maior fundo de pensão brasileiro em número de participantes e que administra um patrimônio de R$ 8,77 bilhões, registrou sucessivos déficits a partir de 2011, após fazer apostas equivocadas.

A portaria da Previc não detalha os motivos da decisão. Mas o fundo de pensão dos empregados dos Correios tem sido centro de episódios de fraude e má gestão nos últimos anos. Em abril, o Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou os bens de cinco ex-diretores do Postalis, depois que auditoria da corte detectou prejuízos de R$ 1 bilhão em sete negócios da entidade. 

Também por má gestão e irregularidades, o Postalis vem acumulando sucessivos déficits, o que obriga os próprios beneficiários do fundo a cobrir os rombos. Em julho, o Estadoinformou que o corte nas aposentadorias de beneficiários do fundo está beirando os 18% e, até o fim do ano, deverá chegar a 20%.

O Postalis tem dois planos de previdência, o mais antigo é que registra déficit, de R$ 7,4 bilhões. Esse plano reúne 84,2 mil participantes e todos contribuem para cobrir o saldo negativo.

Interventor. Nesta quarta-feira, a Previc também nomeou Walter de Carvalho Parente para exercer a função de interventor no Postalis. Parente já atuou como interventor em outros fundos de pensão, como Serpros,  dos empregados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), e Petros Copesul e Petros PQU,  que eram patrocinados pela Braskem.