Gustavo Porto
Estadao Conteudo"O resgate da credibilidade fiscal é o primeiro indicador que os investidores olham. Isso passa por reduzir ao máximo as despesas e aumentar tributação onde puder para gerar o desejado superávit primário, que hoje está um desastre", disse Silveira. Ao ser indagado por uma jornalista se aumentaria tributos e cortaria benefícios, Levy afirmou apenas que as medidas necessárias para equilibrar as contas públicas serão tomadas e reafirmou a responsabilidade de cumprir a meta do superávit. "O ministro terá de mexer em focos que são sabidamente problemáticos, como seguro-desemprego, pensões e aposentadorias", afirmou Silveira.
O diretor de pesquisa econômica da GO Associados lembrou que a volta da credibilidade fiscal é importante para que "o mercado internacional não piore a visão do Brasil, que, ao contrário do muitos falam, não é ruim, pois o Brasil ainda tem uma injeção de recursos externos e risco país baixo", disse.
Ainda segundo Silveira, a segunda meta dos próximos comandantes da economia será reduzir os quase 5% do PIB de déficit de transações correntes, o que passa principalmente pelo incentivo à competitividade da indústria por meio do aumento da produtividade do setor, como destacou o futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. "É preciso melhorar a competitividade com redução de carga tributária e até com uma redução de juros, pois o custo de capital de giro é gás venenoso com destruição progressiva para as empresas que precisam disso a todo segundo", disse Silveira.
O economista destacou ainda um maior controle da inflação, o qual não envolve apenas juros. No entanto Tombini no discurso desta semana sinalizou que o controle da inflação seguirá por meio do aumento da Selic. "Eles vão tomar um susto no final do ano e vão ter de passar o Natal e o revéillon em Brasília por conta da pressão inflacionária", disse Silveira.
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