Folhapress
Uma rampa com inclinação leve que conecta o nível chão à da porta de uma aeronave. Essa é a aposta da Gol para, a partir desta segunda-feira (29), efetuar o embarque e desembarque de cadeirantes e pessoas com limitação de mobilidade nos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont.
A ideia é utilizar a estrutura para os voos feitos sem finger -ponte que liga a sala de embarque ao avião.
Embora estejam entre os aeroportos mais movimentados do país, é comum que o acesso à aeronave em Congonhas e Santos Dumont seja feito por escadas, o que é um gargalo na acessibilidade dos passageiros.
Segundo a Gol, cerca de 40% de seus voos nos dois aeroportos são feitos sem finger. Nesses casos, o embarque de passageiros com necessidades específicas de locomoção é feita pelo ambulift (plataforma elevatória) ou por uma cadeira robótica, que eleva o passageiro do nível do solo até a aeronave.
Esses dois métodos, no entanto, são constantemente alvos de críticas de passageiros. Há duas semanas, a Folha de S.Paulo acompanhou o voo do escritor Eduardo Moreira, 40, e constatou que, mesmo com o ambulift, o acesso à aeronave pode ser tumultuado.
No caso, a dimensão da porta do ambulift não era compatível com a largura da cadeira de Eduardo.
Com a nova rampa, a proposta da Gol é que o cadeirante passe a ter autonomia sobre o seu deslocamento no embarque e desembarque.
Para o rapper e cadeirante Billy Gaga, 38, a ideia de que todos os passageiros passem pelo mesmo processo de embarque é uma demonstração de inclusão. "Mas não adianta ter essa estrutura se o ônibus de deslocamento dentro do aeroporto não for acessível", diz ele.
A Infraero, estatal que gerencia os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, diz que tem ônibus adaptados nos dois aeroportos.
O rapper acredita que, por ser mais barato que um ambulift, as rampas terão maior viabilidade de uso em aeroportos menores do país.
A nova estrutura deve ainda facilitar o fluxo de passageiros às vésperas da Paraolimpíada do Rio, que começa no dia 7 de setembro. O período é visto como crítico por empresas e órgãos do setor aéreo.
São frequentes as críticas de pessoas com necessidades específicas de locomoção quanto ao tratamento dado pelas companhias aéreas e a estrutura aeroportuária.
"A operação será iniciada nesses aeroportos, pois são locais em que temos um grande número de embarques remotos [feitos sem o finger]", explica Randall Aguero, diretor de aeroportos da Gol.
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