O ministro Paulo Guedes (Economia) disse que projeções do Banco Central (BC) mostram que a velocidade de contágio do coronavírus no Brasil é mais rápida do que em países como a China e a Itália.

A informação foi revelada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na manhã deste domingo (15), publicada nesta segunda-feira (16).

“O BC tem modelos estatísticos, altamente matemáticos, que permitem modelar qualquer coisa. Modelaram a velocidade de contágio […]. A inclinação de contágio nos modelos do BC é mais rápida do que nos outros países. Estados Unidos e Brasil estariam com a taxa de contágio mais rápida do que ocorreu na própria China e na Itália”, afirmou.

O ministro disse ainda que não lembrava exatamente quais eram os números divulgados, “mas era algo assim: na Itália era previsão de 60% de contágio e aqui, de 80%. Podemos atingir o pico em um mês. Mas tudo vai depender da prevenção”.

De acordo com o ministro, a informação lhe foi passada na reunião feita com congressistas na última quarta-feira (11), quando o presidente Jair Bolsonaro lhe “confiou a missão política” de ir ao Congresso pacificar a relação entre o Executivo e o Legislativo.

Para monitorar o avanço dos efeitos do coronavírus, a equipe econômica criou um grupo que irá apresentar medidas. Mas, como principal solução para a crise econômica, Guedes voltou a sugerir as reformas estruturais como a administrativa e a tributária.

“As reformas trarão as bases para gerar crescimento, emprego e renda após o surto, lá na frente. Apresentei 16 reformas —uma por semana. Minha primeiraª reação à crise do coronavírus foi estruturante: reforçar o sistema imunológico da economia”, disse.

Ao ser questionado sobre como o Congresso atuará em meio a quarentena e o afastamento de deputados e senadores, Guedes respondeu sem a certeza da possibilidade do voto remoto: “Façamos o teletrabalho. Vão para casa, conversem com os assessores pelo telefone e preparem o voto”.