Especialistas em varejo apostam que a Black Friday deste ano, marcada para o dia 27 de novembro, não será como as outras –o comércio online deve roubar o protagonismo das lojas físicas porque o brasileiro nunca comprou tanto pela internet.Segundo o estudo Webshoppers 2020, realizado pela Ebit/Nielsen, 7,3 milhões de consumidores fizeram sua primeira compra online no primeiro semestre de 2020, crescimento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado.“O consumidor tem uma nova relação com o digital e está mais consciente de suas prioridades. Para ele, a Black Friday de 2020 será menos sobre comprar o que está com superdesconto e mais sobre fazer bons negócios”, diz Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o Varejo do Google Brasil.Os especialistas também esperam uma participação bem maior dos negócios de pequeno porte, fatia do mercado que tem recebido incentivos inéditos para entrar no universo digital.O Google, por exemplo, anunciou no dia 6 de outubro que marcas já podem exibir seus produtos de graça na aba Google Shopping.Outra iniciativa que tem estimulado a presença dos pequenos no varejo online é o projeto Parceiro Magalu, lançado pela Magazine Luiza. Desde abril, mais de 70 mil empresas se cadastraram e passaram a vender seus produtos pelo market place da rede – desses, 60% são MEIs.Com isso, a concorrência, inclusive com grandes marcas, será acirrada como nunca. “Esperamos muito mais protagonistas de pequeno e médio porte competindo com os grandes players pelo dinheiro do cliente”, afirma Edgard Neto, consultor de negócios do Sebrae.Confira a seguir oito recomendações para quem é pequeno e quer aproveitar para faturar na temporada de promoções. Como falta pouco mais de um mês para a Black Friday, a hora de começar é agora.1) Pequenos lojistas ou prestadores de serviços não têm como competir com os grandes na questão de preço. A melhor estratégia, diz Neto, é explorar o que os pequenos têm de melhor. “A saída é garantir um atendimento eficiente e caloroso, como oferecer um canal de videochamada para tirar dúvidas, por exemplo.”2) Segundo o Google, tem crescido a busca pelas expressões “frete grátis” e “frete expresso”. Para Fernanda Bromfman, que responde pela área de varejo para PMEs do Google Brasil, essa é uma oportunidade e tanto para negócios de pequeno porte. “Eles são mais ágeis e têm mais facilidade para oferecer entregas rápidas e gratuitas na própria região. Mas é preciso divulgar esse diferencial de forma bem clara para atrair o consumidor.”3) Não apele para soluções improvisadas, como pedir ajuda a amigos e parentes para reforçar a equipe de atendimento. “O empreendedor deve estar preparado para atender clientes que vão fazer perguntas técnicas sobre os produtos. Treinamento é fundamental”, alerta Neto.4) Ponha sua marca em evidência nos canais digitais desde já. Insira seus dados (foto, endereço e informações de funcionamento) no Google Meu Negócio e exiba seus produtos no Google Shopping. Ambas as plataformas são gratuitas.5) Planeje muito bem suas ações com base no tamanho do estoque e na capacidade de atendimento – quem promete e não cumpre gera frustração e pode perder o cliente em definitivo. “Para quem não tem muitas unidades de um mesmo produto em estoque, é melhor colocar toda a linha em promoção, oferecer descontos progressivos ou sugerir combos promocionais”, sugere Bromfman.6) Privilegie sua base de clientes programando pré-vendas exclusivas, que podem começar bem antes da data.7) Aproveite a visibilidade da Black Friday para se diferenciar da concorrência. “Durante décadas, era suficiente ter uma vitrine bonita e uma boa mala direta. Hoje não é mais assim”, adverte Mariana Castriota, gerente de marketplace do Parceiro Magalu. Caprichar nas campanhas nas redes sociais tornou-se fundamental. “Na Magalu, fazemos lives semanais para promover produtos de nicho, como itens de jardinagem, de cuidados com a pele, produtos veganos ou do universo geek”, exemplifica.8) Não considere apenas um dia de Black Friday. “É recomendável aproveitar a sazonalidade inteira, o que inclui vendas de Natal, saldão de fim de ano e até promoções de volta às aulas”, afirma Bromfman.