Sair de casa, só de for com protetor solar. Curtir fim de semana com direito a sol, ele é o primeiro item a ser lembrado. Até porque a maioria dos produtos da atualidade garante pele saudável por muito tempo ao evitar o fotoenvelhecimento. Mas será que as marcas queridinhas dos consumidores têm mesmo cumprido o prometido?

A Proteste Associação de Consumidores divulgou, nesta segunda-feira (28), resultado de teste de qualidade feito em dez produtos de proteção facial com boa colocação no mercado. A análise não foi nada satisfatória: cinco apresentaram fator de proteção solar (FPS) menor do que o indicado na embalagem.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prevê variação de até 17% da proteção indicada na embalagem com a formulação verdadeira do produto.

A La Roche Posay foi a que apresentou maior diferença nesse índice, com 42% menos do que o prometido. Duas marcas tiveram resultados considerados razoáveis e três cumpriram o prometido.

A Proteste também analisou a proteção UVA que pela legislação deve ser de um terço do FPS. Neste quesito, a L’Oreal teve pior resultado com 26% do FPS, quando deveria ser 33%.

O FPS é responsável por evitar vermelhidão, queimaduras e câncer de pele. Já o UVA previne envelhecimento precoce e também câncer de pele.

Confira a lista das marcas reprovadas no teste de qualidade:

 

Confira a lista das marcas aprovadas ou com resultados razoáveis no teste de qualidade:

 

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) questionou os resultados divulgados pela Proteste. Segundo a ABIHPEC, os dados são “questionáveis” e não reconhecidos na comunidade científica. “A Proteste continua não informando o laboratório que realizou a análise e não fornece os detalhamentos necessários que asseguram as condições em que foram feitos os testes”, informou em nota.

“Estamos convencidos de que a divulgação de informações de natureza no mínimo duvidosa, como as feitas pelo Proteste, induzirá o consumidor ao erro de repensar o uso de produtos essenciais do setor para proteção solar, podendo trazer grande prejuízo tanto para a saúde das pessoas quanto para a própria indústria nacional de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos”, completou.

A Sociedade Brasileira de Metodologia também questionou os resultados e pediu que eles fossem avaliados “com muita cautela”. “A Sociedade Brasileira de Dermatologia estimula o uso continuado dos fotoprotetores e reforça sua credibilidade nos filtros solares brasileiros que são regulados pela ANVISA e considerados inclusive como referência mundial na tecnologia utilizada na sua fabricação”, informou.

A L’Oreal também refutou o teste e disse que tem total transparência nas análises feitas em laboratório. A empresa declarou que os testes realizados em três laboratórios indicaram a eficiência de seus produtos.

Já a Johnson & Johnson Consumo, detentora das marcas Sundown ® e ROC®, assegurou que os produtos seguem a legislação e são aprovados pela Anvisa.

Em nota divulgada pouco depois das respostas, a Proteste disse que realizou a análise com produtos encontrados no mercado e disponíveis para o consumidor final e que está de acordo com a metodologia da Anvisa. “Essa foi a quarta vez que a Proteste testou protetores solares. Diante disso, a organização solicitou uma fiscalização mais adequada dos produtos, pediu as fabricantes dos produtos que não passaram no teste que corrijam a informação nos rótulos e que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) obrigue os fabricantes a fazer um recall desses protetores.”