O Índice de Estoques apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentou baixa de 4,5% em julho na comparação com junho, ao registrar 109,1 pontos. Em relação a julho do ano passado, a queda foi ainda maior, de 14%. Apesar do resultado negativo, economistas da entidade projetam "reversão" da tendência de queda para os próximos cinco meses do ano, com ajustes em busca da adequação dos estoques, após redução de pedidos aos fornecedores.

O assessor econômico da FecomercioSP Fábio Pina avalia o resultado mensal como "a pior (situação) dos mundos". Isso porque, de acordo com ele, o indicador piorou com base no aumento de 8,7% da proporção dos empresários entrevistados que informaram ter mais mercadorias armazenadas do que a previsão de vendas no curto prazo. Outro fator que impactou negativamente o indicador, afirma a entidade, foi a elevação em 3% do grupo de comerciantes que disseram contar com menos artigos do que vão precisar para atender à demanda.

O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP, por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõe a Região Metropolitana de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando "inadequação total" e "adequação total", respectivamente. Por meio dos números, a entidade busca identificar a percepção dos comerciantes sobre a inadequação de estoques como "acima" (quando há sensação de excesso) ou "abaixo" (quando avaliam falta de itens para suprir demanda em curto prazo).

Copa

O assessor econômico destaca que a Copa do Mundo "mudou para pior a vida do varejo em São Paulo". "Houve uma mudança sensível no ritmo de vida dos paulistanos e o varejo sentiu bastante", explica Fábio Pina. Ele esclarece que os produtos vendidos aos turistas durante o Mundial têm pouca correlação com os estoques disponíveis no comércio varejista de São Paulo.

A assessoria econômica da FecomercioSP destaca ainda que a tendência de deterioração do indicador, constatada desde o fim de 2013, sobretudo pelo aumento das percepções de excesso de estoques, revela "de forma bastante clara" que as vendas efetivas têm ficado abaixo das projeções. Tal realidade, diz a entidade, vem refletindo, mês após mês, em quedas do Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec), também medido pela instituição. De maio para junho, o indicador recuou 3,5%, atingindo o pior nível desde o início da série, em março de 2011.