Igor Gadelha
Estadao ConteudoO assessor econômico da FecomercioSP Fábio Pina avalia o resultado mensal como "a pior (situação) dos mundos". Isso porque, de acordo com ele, o indicador piorou com base no aumento de 8,7% da proporção dos empresários entrevistados que informaram ter mais mercadorias armazenadas do que a previsão de vendas no curto prazo. Outro fator que impactou negativamente o indicador, afirma a entidade, foi a elevação em 3% do grupo de comerciantes que disseram contar com menos artigos do que vão precisar para atender à demanda.
O Índice de Estoques é apurado mensalmente pela FecomercioSP, por meio da entrevista com cerca de 600 empresários do comércio nos municípios que compõe a Região Metropolitana de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando "inadequação total" e "adequação total", respectivamente. Por meio dos números, a entidade busca identificar a percepção dos comerciantes sobre a inadequação de estoques como "acima" (quando há sensação de excesso) ou "abaixo" (quando avaliam falta de itens para suprir demanda em curto prazo).
Copa
O assessor econômico destaca que a Copa do Mundo "mudou para pior a vida do varejo em São Paulo". "Houve uma mudança sensível no ritmo de vida dos paulistanos e o varejo sentiu bastante", explica Fábio Pina. Ele esclarece que os produtos vendidos aos turistas durante o Mundial têm pouca correlação com os estoques disponíveis no comércio varejista de São Paulo.
A assessoria econômica da FecomercioSP destaca ainda que a tendência de deterioração do indicador, constatada desde o fim de 2013, sobretudo pelo aumento das percepções de excesso de estoques, revela "de forma bastante clara" que as vendas efetivas têm ficado abaixo das projeções. Tal realidade, diz a entidade, vem refletindo, mês após mês, em quedas do Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec), também medido pela instituição. De maio para junho, o indicador recuou 3,5%, atingindo o pior nível desde o início da série, em março de 2011.
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