Aberta oficialmente ontem, a Feira Mundial de Artesanato Indígena, promovida pelo Sebrae, não é apenas um espaço destinado ao comércio, mas uma oportunidade que o público tem de conhecer com mais detalhes os diversos aspectos da vida das comunidades indígenas que participam dos jogos em Palmas. 
Na feira é possível perceber a diversidade cultural entre todos os povos, a começar pelo modo de se vestir e de se embelezar. Muitos estão a caráter, como é o caso de Márcio José Yanoxi, do povo Monoki, de Brasnorte (MT). “Vestimos quando tem alguma festa cultural dentro da aldeia.” Uma das características do seu povo é o nariz furado nos meninos, geralmente com nove e dez anos, com espinho de tucum. 
O local oferece produtos típicos indígenas em todos os estandes montados. O povo Javaé proporciona palitos para cabelo, brincos, canetas, maraka (instrumento de música), até arcos e flechas. O preço pode variar de R$10,00 a R$100,00. 
Os indígenas Matias Maruka Javaé e sua esposa, Janaína Iparewao, responsáveis pela venda dos produtos, também oferecem pintura para o corpo, feita com semente de jenipapo. A administradora financeira Adriana Aparecida, 44 anos, não se conteve e teve seu antebraço pintado, com o significado de “moça casada”. 
A única integrante da etnia Tuxá, saiu de Banzae (BA) acompanhada do povo Pataxó para participar dos jogos, porém, estava no estante das etnias Xucuru Kariri e Karapotó, trocando experiências e ajudando nas vendas. “É um momento único, um intercâmbio mesmo, com troca de cultura e felicidade.” 
Etnias estrangeiras também estão expondo seus artigos na feira. Os indígenas chilenos comercializam acessórios femininos artesanais, tais como brincos e colares, e até roupas feitas com máquina de tear. Já no espaço onde estão produtos do Uruguai e Guatemala, chama a atenção uma cabeça de onça, mas apenas para exposição. “Ela é usada para dança’, explicou a indígena Paula Gabriela Barreto. 
A feira oferece ainda serviços de lanchonete e espaço para crianças. A entrada, no entanto, só é permitida após o visitante fazer um cadastro pessoal através do número do Comprovante de Situação Cadastral (CPF). Se estiver pensando em adquirir artefatos, é bom não esquecer de levar dinheiro em espécie, uma vez que no local não possui caixa eletrônico. 
A abertura da feira contou com a presença do superintendente do Sebrae no Tocantins, Omar Hennemann , da vice-governadora Claudia Lelis e do idealizador do evento, Marcos Terena, entre outras autoridades.