Presidentes de 11 partidos se reuniram virtualmente na manhã deste sábado (26) e decidiram externar uma posição a favor do sistema atual de votação, pela urna eletrônica, e contra a proposta do voto impresso auditável que tramita na Câmara dos Deputados.“Somos a favor da manutenção do sistema atual, não é ser contra o voto impresso. Mas não tem porque mudar o sistema. Quem defende alterar, está querendo perturbar“, disse Roberto Freire, presidente do Cidadania, ao Poder360. De acordo com ele, a reunião foi marcada para se tirar um apoio suprapartidário ao uso da urna eletrônica.Segundo Bruno Araújo, presidente do PSDB, o grupo firmou posição para “sintonizar pela proteção à confiança do sistema de votação e apuração eletrônica brasileira“. “Foi uma reunião de muita representatividade política e demonstra assim uma maturidade pela proteção institucional do sistema eleitoral brasileiro“, afirmou.Eis os presidentes dos 11 partidos que participaram do encontro por videoconferência (em ordem alfabética): ACM Neto (DEM), Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB), Ciro Nogueira (PP), Gilberto Kassab (PSD), Luciano Bivar (PSL), Luis Tibé (Avante), Marcos Pereira (Republicanos), Paulo Pereira da Silva (Solidariedade), Roberto Freire (Cidadania) e Valdemar Costa Neto (PL). As siglas reúnem 326 deputados, o equivalente a 63,54% da Câmara.Embora tenha reunido partidos aliados ao governo e independentes, Freire disse que a decisão foi unânime. “Esse foi um ponto comum muito interessante. O clima foi muito bom, mesmo entre adversários políticos, o que é muito bom para a democracia”, disse. Reuniões com o mesmo propósito devem ser marcadas com outros partidos nos próximos dias.As legendas também devem procurar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, para estreitar a relação com as siglas, tendo em vista as eleições do ano que vem.O voto impresso é uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro. Ele diz que, se a mudança no sistema de votação não for aprovada pela Câmara a tempo de valer para 2022, as chances de haver fraudes nas eleições são grandes. Nesta sexta-feira (25) ele disse ter acertado com o ministro Paulo Guedes (Economia) a destinação de R$ 2 bilhões para uma futura implantação do voto impresso auditável no Brasil.“Se o Congresso promulgar, teremos voto impresso em 2022. Os 2 bilhões, já falei para o Paulo Guedes, está garantido (sic)”, disse o chefe do Executivo a jornalistas em Sorocaba (SP), onde inaugurou um Centro de Excelência em Tecnologia.