Pela segunda vez desde que decretou calamidade pública decorrente da pandemia de Covid-19, a Prefeitura de Palmas optou por não usar dispensa de licitação, mas por confiscar material de enfermagem para abastecer a rede municipal de saúde no enfrentamento do coronavírus. No primeiro confisco, no início da semana, os itens requisitados passam de R$ 2.190 milhões, conforme seis notas de empenho emitidas em nome da Medcon, uma empresa localizada em Contagem (Minas Gerais). A medida consta em portaria do secretário da saúde, Daniel Zemuner, publicada no dia 8 de abril. A publicação não traz os valores por item nem totais e afirma que haverá “correspondente e justa indenização” para as empresas alvos do confisco, a JC Médica e a Máxima, ambas de Palmas. No portal da Transparência constam um empenho para cada empresa. Para a JC o valor é de R$ 35.096,00 e para a Máxima, de R$ 41.965,00, mas ambos os empenhos aparecem como “anulados”. "Fica determinada, através da presente Portaria, a intervenção do Poder Público na iniciativa privada através do instituto da requisição administrativa pela Secretaria da Saúde do Município de Palmas-TO, a fim de adotar medidas urgentes e extremamente necessárias ao combate do vírus SARS-CoV-2, causador da infecção COVID-19", diz o texto. Segundo a portaria, a intervenção da prefeitura se dá em razão da "extrema urgência em suprir as necessidades das Unidades da Rede Municipal de Saúde de Palmas com o abastecimento de insumos de enfermagem e de limpeza". Entre os produtos se destacam, pelo quantitativo, estão mais de 1,6 milhão de luvas nos tamanhos P, M e G, cerca de 350 mil seringas de diversos tamanhos, outras 230 mil unidades de cateter intravenoso (para aplicar soro), 75 mil máscaras, 50 mil sondas traqueais e outras 20 mil sondas (foley, nasogástrica e uretral).