A Polícia Civil do Estado de Goiás concluiu o inquérito sobre a apreensão de aeronave, R$ 504 mil em espécie e mais de três quilos de material de campanha. A ação de apreensão e prisão dos supostos envolvidos foi realizada em 18 de setembro do ano passado, no aeroporto de Piracanjuba (GO), onde quatro pessoas foram presas.O inquérito da Polícia Civil de Goiás foi juntado ao processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO), que investiga o governador Marcelo Miranda e o deputado federal Carlos Henrique Gaguim, ambos do PMDB, por suposto envolvimento, na época da campanha eleitoral, na movimentação do dinheiro. O processo está em segredo de Justiça em razão das informações oriundas de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico.O procurador regional Álvaro Manzano, autor da ação, informou que o inquérito da Polícia de Goiás não abordou se o dinheiro teria relação com os candidatos e o período eleitoral, e sim investigou a suposta lavagem de dinheiro feito pelo grupo.Até a última quarta-feira, quando concedeu entrevista ao Jornal do Tocantins sobre o assunto, Manzano respondia pelo Ministério Público Eleitoral no Tocantins, agora à cargo do procurador George Lodder.Manzano detalhou que o inquérito apresenta mensagens telefônicas e postagens em rede social entre Douglas, Marco Antônio Jayme Roriz, também preso na operação, e Júnior Miranda, irmão do hoje governador Marcelo Miranda. Questionado sobre o conteúdo dos diálogos, Manzano respondeu que se tratavam de combinações de encontros entre eles, mas sem quaisquer indicações de temas relacionados aos fatos que vieram a ser investigados.FaseO processo está, agora, na fase de instrução, faltando ouvir os delegados envolvidos na investigação Ricardo Cheire e Rilmo Braga e receber os últimos documentos da quebra de sigilo. O juiz eleitoral José Ribamar é o relator das quatro ações.AviãoO material de campanha apreendido trazia as imagens de Gaguim e Marcelo Miranda como candidatos pela coligação A experiência faz a mudança. À época Gaguim confirmou que o material era seu e que teria o esquecido no avião, pois tinha viajado dias antes na mesma aeronave, mas para uma atividade empresarial. Porém, o procurador Manzano disse que Gaguim não contabilizou o uso do avião na prestação de contas da campanha. “O diário de bordo do avião mostra diversas viagens feitas com o Gaguim no mês de setembro, em sintonia com sua agenda de campanha”, disse Manzano.O deputado Gaguim disse, em entrevista, que a aeronave em questão não foi utilizada na campanha eleitoral. Ele disse que o proprietário do avião, Ronaldo Japiassu, presta serviço para a empresa que tem participação e que as viagens que fez na aeronave foram para locais onde tem negócios e com objetivo empresarial.“Houve casos que fui com avião para a cidade, trabalhei e à noite fiz alguma atividade política, mas já voltei com o avião da campanha”, disse. Ele ainda destacou que sua prestação de contas foi bastante detalhada, frisando que declaro todo o dinheiro recebido e gasto, e já aprovada pelo TRE.