A Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma) conclui a primeira fase da operação Jogo Limpo. A investigação desarticulou uma organização criminosa envolvendo a Fundação Municipal de Esporte (Fundesportes), empresas fantasmas e entidades sem fins lucrativos, que estariam desviando dinheiro público. O recurso deveria ser investido em políticas públicas gerenciadas pela fundação.Segundo a Dracma, a Polícia Civil investiga o rombo de R$ 7 milhões, desse montante pelo menos R$ 3 milhões já foram comprovados o desvio por entidades sem fins lucrativos e empresas fantasmas. Até agora 22 pessoas, entre presidentes das entidades, diretores financeiros e sócios proprietários das empresas foram presas e duas estão foragidas. Após passarem pelo Instituto Médico Legal (IML), os homens foram para a Casa de Prisão Provisória (CPP) e as mulheres para a Unidade Prisional Feminina.De acordo com o delegado titular da Dracma, Guilherme Rocha, houve um chamamento público de convênios da Fundesportes com entidades no segmento de esportes (federações e associações) para repasse de subvenções sociais, que é o dinheiro destinado para essa política pública. “As entidades recebiam esse repasse e aplicavam esse dinheiro nas empresas fantasmas, ou seja, os serviços que seriam prestados conforme o projeto apresentado não foram realizados. Na verdade sabemos que esse contrato foi feito para lavagem de dinheiro”, ressalta.O delegado explicou que a única empresa física dessa investigação, que vendeu e forneceu o material de consumo a essas entidades, foi a Bambu, que é uma empresa de eventos. “Mas são notas frias que não tiveram serviços e materiais efetivamente entregues ou prestados. Na verdade isso foi feito de uma forma muito estranha pela Fundesportes, por mais que o foco agora seja as entidades”, observa.Rocha disse que o chamamento público, envolvendo 40 contratos, sendo dez investigados, foi realizado muito rápido porque levou apenas quatro dias para serem executados. “Essas são prisões temporárias. Agora vamos aprofundar as investigações, com interrogatórios e acareações. Isso para investigar para onde realmente foi esse dinheiro, se ficou com as empresas repassadas para as entidades ou se tiveram pessoas maiores. Esse contexto aconteceu em 2014, quando teve a realização de uma eleição”, enfatiza.Prisão temporáriaVeja os 22 presos na operação: Aryane Gomes Leitão; Juarez Barbosa de Sousa Junior; Luciano Godoy de Oliveira; Simone Mudesto da Silva Maciel Vilanova;James Paulo Maciel Vilanova;Cleonice Mudesto da Silva;Norma Silvia Matheus Sparvoli;Jades Alberto Avelio;Rondinely de Souza Oliveira;Rafael Fortaleza Matos Aires do Nascimento;Denir Maurício Rodrigues da Siqueira;Vagno Cerqueira;Ricardo Antônio Pereira da Costa;Núbia da Silveira Prado;Luiz Carlos Crispim da Silva;Jucilene Teixeira Bonfim;Gracinei Mota;Charllyngton Fábio da Silva;Abgail da Silva Costa Serpa Freitas;Daniel Henrique Costa Batista;Desudete da Silva Melo;João Paulo Rodrigues Souza.