Iniciadas no primeiro mês da pandemia no Tocantins, em março de 2020, com previsão de término em março deste ano, as obras da construção do novo Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros dependem agora de acerto financeiro entre o governo do Estado e a Designe, construtora responsável para cumprir o novo cronograma prorrogado para o fim da construção, com prazo em março de 2022.A explicação oficial do governo para o atraso é o impacto da primeira onda da pandemia de Covid-19 no Brasil, que “gerou diversas paralisações na obra por conta de decretos municipais relacionados à normativas de controle à pandemia”, segundo nota dos Bombeiros.Sobre o impasse financeiro, a corporação também atribui à pandemia um “aumento desenfreado de custos de insumos, além da falta desses materiais no mercado”.De acordo com o governo , houve excessivo aumento dos preços dos insumos na pandemia, sobretudo do aço e vidro, dois dos principais materiais do prédio do QCG, constituído de estruturas metálicas e fachada de vidro laminado (veja a imagem). A defasagem dos valores envolvidos levou a empresa a entrar com pedido de reequilíbrio financeiro, em julho, ainda sem resposta estatal. De acordo com o governo, o pedido ainda se encontra em análise na Secretaria da Infraestrutura, Cidades e Habitação.Segundo os Bombeiros, existe um passivo financeiro gerado após a prorrogação do contrato, que aguarda “efetivação de pagamento juntamente com o reequilíbrio financeiro”.O contrato com a Designe Engenharia e Serviços é de R$ 10.262.557,67 milhões para a obra. Os recursos são federais, intermiados pela Caixa Econômica Federal. No ano passado, a empresa recebeu R$ 1.139.987,51 de um total de R$ 2.825.821,34 empenhados, o que dá menos de 50% do reservado para o contrato.Neste ano, os empenhos para a obra são de R$ 4 milhões. Deste valor, apenas 40% - o que dá R$ 1.968.098,31 ,segundo o Portal da Transparência - estava pago até o fechamento desta matéria.A empresa recebeu em junho R$ 413.126,63, mais R$ 569.227,95 em julho, em agosto o valor de R$ 162.007,48; no mês seguinte R$ 217.925,17 e no mês passado, outubro, mais R$ 605.811,08.Somando todos os valores pagos, a empresa recebeu 30,3% do total do contrato, ou seja, cerca de R$ 3,1 milhões.