Eleito com 1.779 votos na eleição suplementar de Lajeado, a 56 km da Capital, o novo prefeito Antônio Luiz Bandeira, conhecido como Júnior Bandeira (PSB), disse em entrevista ao Jornal do Tocantins que a vitória foi marcada pela necessidade de mudança. “O sentimento de que o cidadão estava precisando de um novo modelo de gestão refletiu no número de votos, a cidade tem uma boa arrecadação, mas os serviços prestados não estavam compatíveis com a capacidade que o município tem”, afirma.Segundo o político que ganhou a eleição ao lado do seu vice José Edival Gomes Alves (MDB), atual prefeito interino da cidade e presidente da Câmara de Vereadores, outro fator primordial também é a união das lideranças mais expressivas. “Dos nove vereadores, oito nos apoiaram, além de ex-gestores e líderes mais expressivos tanto na zona urbana quanto rural. Foi algo voluntário, sem negociatas, e isso é muito importante para esse novo momento político da cidade”, conta.PrioridadesComo primeiras tarefas a frente do executivo municipal, Bandeira tem a estruturação da cidade, em especial escolas e postos de saúde, por meio da melhoria no setor econômico. “Nossa prefeitura precisa recuperar a receita do FPM [Fundo de participação dos municípios], pois segundo informações que obtive tem dois anos que é retido para pagamento de dívidas previdenciárias e nesse período a cidade vem sendo mantida somente com o dinheiro do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] da Usina Hidrelétrica”, explica.“É primordial recuperar o dinheiro do Fundo para cumprir com os compromissos de retomada do crescimento de cidade e com isso poder melhorar os serviços que a população tanto reclama, sem merenda, sem material básico, no posto não tem medicamento e materiais, temos servidores capacitados, mas ainda falta o mínimo de estrutura, insumos básicos”, comenta.Outro problema que vem se arrastando no município, Para Bandeira, é a frota de transporte escolar. “Está toda sucateada e precisamos resolver isso imediatamente”, destaca.Outra pretensão é alavancar o setor turístico da cidade com estruturação para turistas e consequente aquecimento do comércio. “Vamos começar a fomentar a presença do turista na cidade, buscar recursos próprios e de convênio para implantar uma infraestrutura turística, sinalizar os pontos, dar mais comodidade, estimular o empresariado com serviços de restaurantes e hotel, para que a gente forme espaços mais largos e gere mais oportunidades”, frisa o gestor.Audiência públicaConforme Bandeira, o prefeito interino José Edival contratou serviços de auditoria no Município. “Já está sendo concluída e vamos apresentar em audiência pública o resultado desse trabalho e a partir disso teremos um conhecimento mais amplo da situação do Município para planejar porque há tanta coisa para fazer, mas precisamos ter o diagnóstico contábil e financeiro para elencar mais prioridades”, afirma.“A vontade de trabalhar é enorme e por isso a população confiou em nós, também porque sabem que no passado, quando fui prefeito de 2001 a 2009, Lajeado não tinha essa receita do ICMS, só o FPM e mesmo com pouco fizemos algo que transformou a cidade, então com a receita nova a pretensão é melhorar”, completa o gestor.Júnior Bandeira tem até terça-feira, 3, para apresentar os gastos de campanha que, segundo ele, já serão levados nesta segunda para o Tribunal Regional Eleitoral analisar. Se as contas forem aprovadas, sua diplomação tem até dia 16 para ocorrer. O mandato tampão vai até 31 de dezembro de 2020.EntendaA eleição suplementar ocorreu no último domingo, 1º, após a cassação do prefeito Tércio Dias Melquiades pela distribuição irregular de lotes no município, com a finalidade de captar votos de forma ilícita em 2016. Ele chegou a se candidatar, mas renunciou à candidatura. Toninho da Brilho, segundo candidato a prefeito teve seus 396 votos anulados e também não pode votar, pois está com candidatura sub judice por ter tido direitos políticos cassados em processo transitado em julgado na Justiça Comum. Ele também não conseguiu comprovar filiação no PSL em tempo hábil. Ele recorreu da decisão da Justiça Eleitoral, que deve julgar o caso na próxima semana.Em contato telefônico, Toninho disse ao JTo que não concorda com o resultado da eleição. “O que aconteceu não foi uma derrota eleitoral, mas sim a total falta de transparência do Tribunal Eleitoral. Eu não acredito no resultado, para mim foi uma eleição marcada”, afirmou.O político afirmou que ainda não foi ao TRE para ter detalhes sobre o porquê de não ter votado. Sobre a prestação de contas da campanha, Toninho explicou que seu contador está com os papéis e deve apresentar o balanço no prazo ao Tribunal.-Imagem (1.1944306)