O empresário Luciano Hang, da Havan, foi condenado a arcar com R$ 300 mil de indenizações por danos morais coletivos por publicações ofensivas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A decisão do juiz Leonardo Cacau Santos La Bradbury, da 2ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis, foi tomada em ação movida pela seccional de Santa Catarina da entidade advocatícia.O valor será destinado a uma campanha de valorização do trabalho da classe. A decisão cabe recurso.Um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro, Hang é apontado como um dos empresários por trás do financiamento ilegal de disparo em massa de mensagens pró-Bolsonaro na campanha de 2018, algo que o empresário nega. No inquérito que apura ‘fake news’ contra o Supremo Tribunal Federal, Hang foi alvo de quebras de sigilo bancário que englobam o período da eleição presidencial – e essas informações podem ser compartilhadas com o Superior Tribunal Eleitoral (TSE).A OAB moveu ação contra o empresário por um post em que chamava a entidade de ‘vergonha’. “Está sempre do lado errado. Quanto pior melhor, vivem da desgraça alheia. Parecem porcos que se acostumaram a viver num chiqueiro, não cabem que podem viver na limpeza, na ética, na ordem e principalmente ajudar o Brasil. Só pensam no bolso deles, quanto vão ganhar com a desgraça dos outros. Bando de abutres”, escreveu Hang.Liminar proferida anteriormente mandou o empresário deletar a publicação, feita em três redes sociais diferentes. Na sentença, o juiz Leonardo Bradbury determinou que as expressões usadas por Hang ‘consubstanciam em manifesto ato ilícito de violação a direitos fundamentais, notadamente a honra, imagem e a dignidade de milhares de advogados, bem como da própria OAB, enquanto instituição da classe’.“Resta-se, portanto, devidamente comprovado o dano moral coletivo em sua dupla acepção, ou seja, tanto o dano moral coletivo indivisível que afetou a honra e a imagem de toda a classe da advocacia, representada pela sua instituição (OAB), bem como em sua conformidade de dano moral coletivo divisível, posto que a publicação ofensiva é dirigida também a cada um dos milhares de advogados inscritos na referida instituição”, afirmou o juiz.