Por abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação, a Justiça determinou o afastamento dos cargos da prefeita de Gurupi, sul do Estado, Josi Nunes (Pros), e do vice, Gleydson Nato (PTB). O juiz também cassou o diploma dos gestores, eleitos em 2020. O cumprimento, porém, será após o trânsito em julgado (fim de todos os recursos) do caso.Na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), proposta pelos adversários da prefeita nas eleições de 2020, Gutierres Torquato (PSB) e Eduardo Fortes (DEM), o juiz ainda cita irregularidades cometidas pelo governador afastado Mauro Carlesse (PSL), que apoiou a candidatura de Josi nas eleições do ano passado. Além disso, o juiz da 2ª Zona Eleitoral, Nilson Afonso da Silva, que assina a decisão, declara os três inelegíveis pelo prazo de oito anos. “Caço os diplomas e mandatos eletivos de Josi Nunes, do cargo de prefeita, e de Gleydson Pereira, do cargo de vice-prefeito obtidos nas eleições Municipais de 2020, por terem sido diretamente beneficiados pela interferência do poder político”, cita o documento.A Justiça também determinou a remessa de cópia dos presentes autos ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estados para que apurem possíveis irregularidades às searas cível, penal e administrativa contra os investigados.Isso indica que o Ministério Público pode propor ação de improbidade contra os servidores da Secretaria Estadual da Comunicação (Secom) citados em um dos itens que levaram à sentença.Pelo menos cinco servidores, inclusive o ex-secretário Elcio Mendes, tiraram 30 dias de férias, oficialmente, do cargo público durante o período da campanha eleitoral de 2020. Como apareceram nas ações de comunicação da chapa de Josi e Gleydson, a Justiça buscou os relatórios de hospedagem de um hotel na cidade, ao sul do Estado. Os documentos comprovaram que eles se hospedaram bem antes do início das férias e deixaram a hospedagem após o período de férias. Para o juiz, ficou configurado abuso de poder político.Na AIJE cita que o Estado cedeu servidores públicos para coordenação da campanha eleitoral dos candidatos, ora investigados, em destaque o jornalista Elcio Mendes, que ocupava a função de Secretário de Estado de Comunicação, e de Relton de Oliveira, diretor do Ciretran de Gurupi, que na campanha ocupou a função de administrador financeiro das contas dos candidatos investigados inclusive praticando movimentações financeiras da campanha durante o horário de expediente.Ainda no documento, a Justiça cita outros servidores da Secom que foram cedidos para trabalharem na campanha de Josi Nunes e Glaydson Nato. Além disso, a Justiça destaca a utilização de recursos públicos em prol da campanha dos candidatos investigados; utilização de bens e servidores públicos na propaganda eleitoral - participação de integrantes das Polícias Militar, Rodoviária Estadual e Civil do Estado do Tocantins, em cenas desempenhando atividades inerente aos cargos que ocupam e também retirados dos serviços com a finalidade exclusiva de atuar para a propaganda eleitoral dos Investigados; utilização de veículos oficiais em atos de campanha; distribuição de cestas básicas sem critérios objetivos e em ano eleitoral.A prefeita e o vice também são investigados por abuso de poder político e econômico mediante contratação e pagamento de sites de notícias para veicularem matérias em benefício dos investigados, bem como matéria negativa em desfavor dos outros candidatos.Josi Nunes e Mauro Carlesse enviaram notas O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, recebe com surpresa e estranhamento, decisão judicial referente às eleições municipais em Gurupi, vencidas no voto pela chapa da prefeita Josi Nunes e do vice Gleydson Nato. Estranhamento em virtude da decisão ocorrer justamente no momento em que Mauro Carlesse encontra-se afastado do cargo e enfrenta outra “batalha” judicial. Apesar de respeitar a decisão, é preciso destacar que as referidas denúncias usadas como base da sentença já haviam sido desconsideradas pelo Ministério Publico Eleitoral, em virtude da fragilidade do conjunto de provas. Ao reafirmar o respeito ao trabalho da Justiça Eleitoral em Gurupi, é preciso lamentar seus efeitos, que resultam em insegurança e instabilidade. É preciso informar a população que nossos advogados já trabalham no recurso que apresentaremos e confiamos que a decisão em primeira instância será reformulado e a nossa inocência será decretada. Pois tudo que fizemos foi esclarecer as pessoas de que uma gestão em parceria entre o Município e o Estado seria o melhor para Gurupi e assim vinha ocorrendo. Por fim, é preciso esclarecer que todos os efeitos desta decisão, só podem ser considerados definitivos após o julgamento do recurso que iremos apresentar. Portanto, ainda não há que se falar em afastamento da Prefeita e do Vice e nem em inelegibilidade. Assessoria de ImprensaGovernador Mauro CarlesseA Prefeita de Gurupi, Josi Nunes, e o vice-prefeito, Gleydson Nato, vem a público esclarecer que recebem com muita serenidade a decisão de 1ª instância divulgada neste sábado, 04, e reafirmar que a sentença não possui efeito imediato. Portanto, permanecem Prefeita e Vice-prefeito de Gurupi.Informam que as medidas judiciais cabíveis já estão sendo providenciadas para reverter a sentença. Assim, reiteram seu compromisso com a população gurupiense que os elegeu democraticamente com a grande maioria dos votos. E, afirmam que seguem trabalhando com a mesma seriedade e comprometimento, certos de terem agido dentro da legalidade.Josi Nunes