O jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria que a veterinária do Rio de Janeiro Juliana Magalhães da Rocha, 38 anos, investigada como “laranja” do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega – que foi morto na Bahia, em fevereiro, após um ano foragido da Justiça, é ex-servidora do Tocantins e acusada de ter cargo “fantasma” em uma agência estatal no Estado. Segundo o jornal, ela é suspeita de ligações com o “patrimônio oculto” e a “rede de amigos”, que teria dado sustentação aos negócios criminosos e à fuga do Capitão Adriano. O JTo conferiu a ação no Tocantins. Ela era ex-servidora pública concursada do estado do Tocantins no cargo de fiscal agropecuária e lotada na Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec). Empossada dia 22 de janeiro de 2015 com salário de R$ 1.782,05 ela acabou respondendo processo administrativo em 2016 e foi exonerada após ter 31 faltas consecutivas no mês de outubro daquele ano. Segundo o Ministério Público Estadual do Tocantins, a fiscal recebeu remuneração mensal sem trabalhar e sem cumprir a carga horária. Conforme a ação, na condição de servidora pública recebeu salário entre julho de 2015 a outubro de 2016, sem desempenhar as funções do cargo. A soma do valor total recebido indevidamente é de R$ 27.251,00. A ação é janeiro de 2019. Ela jamais foi encontrada para responder à ação de improbidade. Antes de se mudar de volta para o Rio de Janeiro, segundo colegas da agência em Pium, ela morava em Paraíso do Tocantins. Ligações apontadas pelo jornalDe acordo com o jornal, o ex-policial militar empregou mãe e ex-mulher por 11 anos no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O Estadão afirma que investigadores seguem a movimentação do dinheiro e os bens deixados pelo miliciano numa apuração sobre a organização criminosa, assassinatos, extorsão, entre outros, relacionados aos crimes violentos, conexos à atuação da milícia e ao Escritório do Crime, grupo miliciano de matadores de aluguel. Outra frente da investigação tem como alvo suposta organização criminosa e peculato, relacionados aos crimes do colarinho branco, de “rachadinha” na Alerj, envolvendo o filho mais velho do presidente, Jair Bolsonaro, e seu braço direito Fabrício O Jornal afirma que Juliana Rocha é figura desconhecida da história criminal, que une o ex-líder de uma das mais violentas e influentes milícias cariocas ao gabinete de Flávio Bolsonaro. A investigação do elo da veterinária com o ex-policial é feita pela polícia e pelo Ministério Público, do Rio e da Bahia.O Estadão afirma que a veterinária é considerada peça importante para desvendar a “rede de amigos”, que teria dado sustentação aos negócios criminosos e à fuga do miliciano e de seus familiares. Queiroz é um deles. Amigo do Capitão Adriano, assumiu no processo a indicação da mãe e da ex-mulher do criminoso para cargos na Alerj. Diz o jornal, que a partir da decretação de sua prisão pela Justiça desde janeiro de 2019 – quando foi deflagrada a Operação Intocáveis – e com o rosto estampado no noticiário como líder da milícia que comanda a comunidade de Rio das Pedras, Capitão Adriano passou um ano em fuga. Ele passou o último réveillon com a família em uma confortável e luxuosa casa de veraneio, na Costa do Sauipe – badalada praia da Bahia. Realidade bem distinta da que teve o amigo e antigo companheiro de farda, na Policial Militar fluminense, Fabrício Queiroz. Juliana Rocha alugou a casa na Costa do Sauipe, segundo o jornal. O imóvel de alto padrão, em um condomínio fechado, abrigou Capitão Adriano e família nos últimos dois meses de vida dele. A veterinária chegou a ser tratada por investigadores como “prima” do miliciano e também identificada, por envolvidos, como “irmã de Julia” Emília Mello Lotufo – a viúva do ex-PM. A reportagem do Estadão afirma ter apurado que a propriedade, no papel, foi alugada por dois meses – 5 de dezembro a 5 de fevereiro – por R$ 50 mil, no final de novembro. Juliana e a então mulher do miliciano, Julia, trataram do negócio, pago em dinheiro e em uma conta, no Rio. Na casa de veraneio, imagens do sistema interno de segurança registraram a presença do Capitão Adriano.