O jornal inglês The Guardian e a publicação americana The New York Times destacaram a fala em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, negou, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, que a floresta amazônica esteja sendo devastada."Ela não está sendo devastada e nem consumida pelo fogo, como diz mentirosamente a mídia", disse Bolsonaro durante sua fala.O Guardian também destacou o trecho em que Bolsonaro defende que não se esqueça que "o mundo necessita ser alimentado"."A França e a Alemanha, por exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado!", discursou o presidente.O correspondente do Guardian na América Latina, Tom Phillips, criticou a fala. "Bolsonaro ofereceu um instantâneo da administração introvertida, obcecada por conspiração e profundamente arrogante que agora governa a maior democracia do mundo", escreveu.Segundo o jornalista, alguns dos presentes nutriam a expectativa de que o presidente adotasse um tom mais conciliatório ao se dirigir aos líderes mundiais. "Mas em segundos ficou claro que eles ficariam desapontados", acrescentou.Antes da fala de Bolsonaro, Phillips havia antecipado que o presidente brasileiro pretendia desfazer a imagem de inimigo de populações indígenas e pró-desmatamento. O jornal salientou que ele convidou a indígena Ysany Kalapalo para acompanhá-lo ao evento.Sobre a estratégia, a publicação ouviu a líder indígena Sônia Guajajara, que foi vice de Guilherme Boulos na chapa presidencial do PSOL em 2014. Ela negou que Bolsonaro seja aliado da Amazônia. "Isso é uma tentativa de enganar o mundo", disse ela à publicação.