-Imagem (1.1748261)Vânia Maria Castelo Branco e Maria do Perpétuo Socorro Castelo Branco foram indiciadas por suposto desvio de R$ 247.417,58 dos cofres públicos estaduais. A decisão de indiciamento foi publicada pelos delegados José Anchieta de Menezes Filho e Bruno Boaventura Mota, respectivamente titular e adjunto na Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC) Norte nesta quarta-feira, 8.A Polícia Civil afirma que as servidoras, ambas lotadas na Secretaria Geral do Governo, receberam salário desde 2016 sem nunca ter trabalhado. Vânia e Maria são irmãs da deputada estadual Valderez Castelo Branco (PP), líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa.A investigação indicou que Maria do Perpétuo Socorro estava lotada no cargo de Assessora Especial do Gabinete do Governador e que recebeu pagamento do Estado do Tocantins regularmente entre os meses de abril de 2016 e dezembro de 2018, totalizando R$ 175.740 de desvio. “A servidora foi intimada a prestar esclarecimentos nesta quarta, mas manteve em silêncio sobre todas as perguntas feitas”, informou Mota.O delegado afirma ainda que Maria do Perpétuo Socorro entrou em exercício em 19 de abril de 2016, ainda na gestão de Marcelo Miranda (MDB) e, conforme contracheques publicados no Portal da Transparência, não houve interrupção de seu exercício, mesmo mudando a gestão. “A investigada sequer assinava as folhas de frequência, bem como não se encontrava naquele órgão quando do cumprimento de mandado de busca e apreensão que desencadeou a Operação Catarse”, destacou o delegado.Falsidade ideológicaJá Vânia Maria foi nomeada para exercer cargo na Secretaria Geral do Governo e Articulação Política e recebeu pagamento entre os meses de agosto de 2016 e janeiro deste ano, totalizando R$ 71.677,58. Diferente de sua irmã, Vânia teria assinado a frequência em alguns meses. “As investigações apontam que, mesmo nesses meses, ela não teria trabalhado, incorrendo em crime de falsidade ideológica”, indica o documento.RepasseO delegado José Anchieta de Menezes Filho expressa no documento a suspeita de que o valor recebido era repassado para terceiros devido a indícios colhidos durante cumprimento de mandado de busca e apreensão nesta quarta, 8, na casa da Vânia. “As características do imóvel e da residência da investigada não coadunam com os proventos que em tese recebe, podendo indicar que estes sejam direcionados para terceiros”, apontou.O Jornal do Tocantins tentou contato com as indiciadas, mas sem êxito. A deputada Valderez afirmou através de nota que "soube dessa questão pela imprensa. Sobre a citação das pessoas, ela tem conhecimento de que eram servidoras e que seus trabalhos foram desenvolvidos".O Governo do Estado foi procurado e a reportagem aguarda posicionamento.