Atualizada às 17:37Não partiu da Procuradoria Geral de Justiça, cúpula do Ministério Público do Tocantins, como era esperado, mas de três promotores que integram o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), a primeira medida do órgão ministerial para apurar os graves fatos envolvendo o Executivo do Tocantins revelados nas operações da Polícia Federal no dia 20 de outubro. Na decisão do ministro Mauro Campbell, do dia 20 de outubro, referendada pela Corte Especial, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que afastou o governador Mauro Carlesse (PSL) e demais alvos por 180 dias, o relator autorizou um pedido da Procuradoria Geral da República de compartilhamento do conjunto das provas e elementos de informação produzidos no âmbito do inquérito 1303, que investiga o aparelhamento da Segurança Pública. Entre vários órgãos que deveriam receber as provas e elementos da investigação, para abrir outras investigações penais e administrativas específicas, estava o Ministério Público do Tocantins.Assim, a primeira medida do órgão sobre os fatos, de acordo com o comunicado do Ministério Público, nesta segunda-feira, 8, é o procedimento administrativo aberto pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp). A abertura ocorre quase 20 dias após a deflagração das operações e exatamente 2 anos e dois dias completados desde que que o Palácio Araguaia pôs fim às investigações contra aliados do governador afastado Carlesse, com a remoção de 126 delegados, inclusive o quarteto que investigava corrupção, para atuarem em funções comissionadas em outras delegacias. A decisão do STJ afastou o governador Mauro Carlesse (PSL) e a cúpula responsável pela segurança pública tocantinense, o secretário Cristiano Sampaio Barbosa estadual da Segurança Pública: Raimunda Bezerra (delegada-geral), Cinhtia de Paula Lima (diretora da Escola de Polícia), Gilberto Augusto Silveira (delegado da DECOR) e Ronan Almeida (corregedor). Além da cúpula são alvos do inquérito Enio Walcalcer (delegado da Divisão de Narcórticos); Victor Vandré Sabará Barros (escrivão) os agentes Jose Mendes Silva Junior, Carlos Augusto Pereira e Antonio Martins, além do gerente de inteligência da Casa Militar, o major da PM Rudson Alves Barbosa.Eles são investigados suspeitos dos crimes de obstrução de investigação de organização criminosa, a partir do aparelhamento da Polícia Civil, falsidade ideológica qualificada e a constituição de organização criminosa em inquéritos no Superior Tribunal de Justiça.Segundo a apuração da Polícia Federal, entre 2018 e 2019 a cúpula do governador afastado, aas medidas de desmantelamento da Polícia Civil que a cúpula do Executivo tomou para desmobilizar equipes de investigadores que comandavam inquéritos contra os aliados do governador e aparelhar a SSP para evitar inverstigações do grupo de Carlesse, mas nunca houve nenhuma apuração por instituições do Tocantins.Formado pelos promotores João Edson de Souza (coordenador), Adailton Saraiva Silva e Rui Gomes Pereira da Silva Neto, o Gaesp, de acordo com o comunicado, “vai acompanhar as medidas adotadas pela Secretaria da Segurança Pública (SPP) e pela Polícia Militar voltadas à apuração dos fatos no âmbito administrativo, que podem resultar em responsabilizações específicas para esta área”. “O foco do procedimento é a gestão e o funcionamento da segurança pública, quais as medidas adotadas e como vai andar a gestão a partir de agora”, explica ao JTo, o coordenador, ao sintetizar o objetivo do grupo de acompanhar “diretrizes e prioridades das pastas estaduais da área de segurança” e a “execução das políticas de segurança pública”.O JTO consultou se a Procuradoria Geral de Justiça irá instaurar procedimento específico para apurar a conduta do governador afastado. Confira a nota na ìntegra:O Ministério Público do Tocantins, por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, informa que instaurou nesta segunda-feira, 08, Inquérito Civil Público para investigar os supostos atos de improbidade administrativa praticados na gestão dos recursos do Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins (Plansaúde).Ressalta ainda que, dentre as diligências contidas no Inquérito Civil Público, consta a solicitação ao Ministro Mauro Campbell Marques de compartilhamento das provas colhidas em sede de investigação criminal (Inquérito Policial nº 1445/DF), com vistas a subsidiar tal procedimento.A instituição reforça que realiza diligências preparatórias para instaurar nos próximos dias Inquérito Civil acerca dos fatos apontados no Inquérito Policial nº 1303/DF.Todos os procedimentos seguem os trâmites legais e serão divulgados, com total transparência, à sociedade tocantinense.