Após oito anos no poder em um regime autoritário, e mais sete entre regime de transição e governo provisório, Getúlio Vargas passou a sofrer pressão de diversos setores políticos, e especialmente das Forças Armadas, para renunciar à Presidência da República em 1945. Apesar da vontade de seguir no poder, ele precisou escolher um sucessor diante da oposição aberta. Tentou ter controle sobre a transição a um novo regime, sem sucesso, e buscou se aproveitar do queremismo, movimento que pedia sua permanência. As pretensões do então presidente esbarraram em cisões internas do regime varguista, com interesses diferentes nas eleições. Isso explica a contradição entre a renúncia, a contragosto, e a força da imagem do então ocupante do Palácio do Catete. Segundo documentos de Getúlio depositados no CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), ele queria obter um novo mandato presidencial, com uma eleição não competitiva --sem oposição ou com fraude eleitoral.