Matéria exibida pelo Fantástico/Globo/TV Anhanguera, no último domingo, mostra o processo de cassação do mandato do governador Marcelo Miranda (MDB) e as investigações e ações que ele responde pelas construções de pontes realizadas nos seus mandatos de 2003 a 2009. O Ministério Público Estadual (MPE), propôs mais de 80 ações civis públicas referente ao Contrato nº 403 de 1998, firmado em 1998 entre o governo do Estado e o consórcio de empresas Emsa/Rivoli/Construsan. Além de Marcelo, também é investigado o ex-governador Siqueira Campos (DEM), ex-secretários, servidores públicos, outras empresas e mais de 20 pessoas.A reportagem também mostrou que um dos investigados é o empresário José Miguel Peixoto, que segundo as investigações pagava propina para vencer licitações e chegou a reformar de graça o gabinete do então governador Marcelo. “É coisa de R$ 35 mil. Não é barato, mas também é um projeto bonito”, diz o empresário sobre a reforma em áudio interceptado pela Justiça em 2016. Outra interceptação telefônica mostrada é uma conversa entre Marcelo e seu pai, José Edmar Brito Miranda, na qual Marcelo estaria sendo pressionado a instituir uma medida que obrigava os motoristas a vistoriarem seus veículos e pagarem uma taxa. “Aqui o negócio veicular está pegando, viu? Eu também não posso ficar sendo alvo de crítica da população”, disse Marcelo. “Como o Estado vai viver sem arrecadar nada? Como ele vai se manter?”, questionou Brito.InvestigaçãoNo início de março deste ano, com a operação Pontes de Papel, foram ouvidos na Polícia Federal Siqueira, Marcelo e Brito Miranda, que foi secretário de Infraestrutura dos governos de Siqueira e do seu filho. A PF apura desvio de recursos públicos por meio dos contratos nº 403/98 e nº 63/2006 do governo do Estado, que pode chegar a 1,4 bilhão. Essa operação tem como objeto as mesmas pontes investigadas pelo MPE.Para o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Felix Fischer, está claro que uma associação criminosa instalou-se no Tocantins para desviar recursos públicos. A defesa de Marcelo e Brito disse que agora seus clientes teriam a oportunidade de apresentar suas defesas no caso.TSEA defesa do governador cassado Marcelo e da vice Claudia Lelis (PV) protocolou no fim da tarde de ontem um recurso extraordinário no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a defesa, cabe ao presidente do TSE, ministro Luiz Fux, relator do processo de cassação, admitir e enviar para o Supremo Tribunal Federal (STF). Caso não admita, a defesa fará um agravo em recurso extraordinário, que leva o recurso direto para o STF. STFO aditamento do recurso protocolado no último dia 18 no STF pelo advogado Antônio Glaucius de Morais já está concluso ao relator, ministro Gilmar Mendes. O advogado pede que o STF suspenda a cassação até transitado em julgado.