Em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ex-presidente Michel Temer reiterou que não participou na articulação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Ele disse que era simpático a uma aproximação com a então presidente e com Lula, mas que não havia apoio no MDB para seguir com uma sustentação do governo PT."Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo 'golpe'", disse Temer. "Eu não poderia ser o articulador de um golpe porque chegaria muito mal no governo." Ver essa foto no Instagram Em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ex-presidente Michel Temer reiterou que não participou na articulação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Ele disse que era simpático a uma aproximação com a então presidente e com Lula, mas que não havia apoio no MDB para seguir com uma sustentação do governo PT. . "Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo 'golpe'", disse Temer. "Eu não poderia ser o articulador de um golpe porque chegaria muito mal no governo." . Ex-presidente diz que nomeação de Lula na Casa Civil de Dilma poderia ter evitado impeachment e reclama de Lava Jato. . #OPopular #MichelTemer #Golpe #DilmaRousseff #Impeachment #Lula http://bit.ly/2kBCfCVUma publicação compartilhada por O Popular (@jornal_opopular) em 17 de Set, 2019 às 5:21 PDTO ex-presidente comentou uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo que mostrou uma conversa entre ele e Lula, gravada no mesmo dia em 2016. No telefonema, segundo o jornal, Lula pedia reaproximação entre o governo e o MDB, e Temer responde que eles sempre tiverem "bom relacionamento". Segundo Temer, a gravação seria prova de que ele teria trabalhado para a permanência da presidente no cargo.Temer admite que sua relação com Dilma piorou a partir da publicação do documento "Ponte para o Futuro", com uma agenda de desenvolvimento para o País. Segundo ele, o gesto da publicação do material foi mal interpretado."Nós apresentamos como colaboração ao governo", justificou. "Nossa ex-presidente, por razões que eu não consigo entender, achou que aquilo era um gesto de oposição, e aí de fato ela se afastou definitivamente de mim."Nomeação de Lula poderia ter evitado impeachment, diz ex-presidenteEm entrevista à bancada de jornalistas, Temer comentou o impeachment de Dilma Rousseff e a divulgação dos grampos dela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no mesmo dia em que era esperada sua nomeação para a chefia da Casa Civil do governo Dilma. Temer disse acreditar que, caso Lula assumisse o cargo, é "muito provável" que o impeachment não tivesse ocorrido. Lula foi posteriormente condenado e preso na Lava Jato. "Se ele (Lula) fosse chefe da Casa Civil, é muito provável – ele tinha bom contato com o Congresso Nacional – que não se conseguiria fazer o impedimento, não se conseguiria fazer o impeachment", disse Temer. "Disso, eu não tenho dúvida."A posse acabou suspensa pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, após o juiz Sergio Moro divulgar uma conversa em que Dilma dizia a Lula que enviaria o termo de posse para o ex-presidente – o que foi interpretado, à época, como uma tentativa de impedir uma eventual do petista.‘Tentam me quebrar psicologicamente’, diz Temer sobre Lava JatoTemer também disse que sua prisão, em março, não seguiu o devido processo legal e que a força-tarefa da Operação Lava Jato tenta “quebrá-lo psicologicamente” ao envolver sua filha, Maristela, na acusação em que responde por lavagem de dinheiro. Ele negou as acusações e disse que a filha vai demonstrar "cabalmente" no processo que não recebeu dinheiro. "Depois que tentaram me derrubar do governo, e não conseguiram, tentam me quebrar psicologicamente envolvendo a minha filha", disse o ex-presidente, ao comentar as acusações. No caso, conhecido como “Quadrilhão do MDB”, o Ministério Público Federal acusou Temer, Maristela, seu amigo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, e a esposa dele, Maria Rita Fratezi, de lavar R$ 1,6 mihão de origem supostamente ilícita. A acusação diz que coronel Lima teria pago por reformas na casa de Maristela. "O coronel João Baptista Lima Filho não pagou por essa reforma", rebateu Temer, no programa.Segundo o MPF, o MDB teria arrecadado propina da construtora Engevix para que a empresa assumisse obras da usina nuclear de Angra 3. A propina, segundo a acusação, teria sido paga através de uma empresa do coronel Lima e gasta nas reformas da casa.O presidente ainda disse que a prisão foi decretada sem que ele fosse ouvido no processo. "O juiz pegou aquilo e, sem indiciamento, sem denúncia, acolhimento de denúncia, sem ouvir o acusado, mandou decretar a prisão", disse. A prisão foi decretada em março pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio. "Se acontece comigo, você pode imaginar o que pode acontecer com o cidadão comum."